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De Goycochea a Batistuta: por onde andam os jogadores do último título da seleção argentina?

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Foto: Getty Images

*Por Agência Conversion

Goycochea; Basualdo, Borelli, Ruggeri e Altamirano; Zapata, Simeone, Redondo e Gorosito; Batistuta e Acosta. Esse foi o time da Argentina que o técnico Alfio Basile colocou em campo para enfrentar o México na final da Copa América de 1993, disputada no Equador. No final do primeiro tempo, Cáceres entrou no lugar de Ruggeri e, na etapa final, Leonardo Rodríguez substituiu Gorosito.

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Naquele 4 de julho de 1993, a seleção argentina venceria os mexicanos por 2 a 1, com dois gols de Batistuta, no estádio Monumental de Guayaquil, e conquistaria o último título de sua história recente. De lá pra cá, são 26 anos sem levantar um troféu – apesar de chegar às finais das Copas Américas de 2015 e 2016 (derrotas para o Chile) e da Copa do Mundo de 2014, no Brasil (derrota para a Alemanha).

Dos 23 jogadores convocados pelo técnico Lionel Scaloni para o torneio disputado no Brasil, dez nunca viram a seleção nacional ser campeã na vida: Musso, Saravia, Foyth, De Paul, Paredes, Lo Celso, Rodríguez, Palacios, Dybala e Martínez. O mais velho, o goleiro Franco Armani, de 32 anos, nasceu no ano que a Argentina conquistou sua última Copa do Mundo, disputada no México, em 1986.

Considerando apenas os jogadores que participaram da decisão contra o México, o Futebol Latino foi atrás do que cada um está fazendo hoje – e há de tudo: apresentadores de TV, empresários de jogadores, embaixador e dono de… farmácia.

Goycochea, uma das lendas do futebol argentino — muito por causa dos pênaltis que pegou na campanha de 1990, na Itália, que levou a Argentina à final contra a Alemanha – hoje é ator e apresentador: comandou o game show Los 8 Escalones no ano passado no canal portenho El Trece e, no cinema, debutou como parte do elenco da série Graduados, da Telefe, em 2012. No ano passado, ele também comentou o Mundial para a TV pública argentina.

A maior parte da defesa segue no futebol: Basualdo é empresário de jogadores, entre eles o meio-campista Ezequiel Ponce, do Spartak Moscou (Rússia), mas como passagens pela Roma (Itália), pelo Lille (França) e pelo Granada (Espanha), enquanto Ruggeri está no Brasil comentando a Copa América para a Fox Sports argentina, uma carreira que ele começou há três anos.

“Cacho” Borelli gerou polêmica recentemente na Argentina ao dizer, em uma entrevista, que Scaloni deveria ter saído da seleção junto com o técnico Jorge Sampaoli após a eliminação na Rússia, no ano passado – hoje ele é auxiliar técnico de seu colega naquele time de 1993, Néstor “Pipo” Gorosito, treinador do Tigre. Por fim, Altamirano foi o único que abandonou o futebol e hoje se dedica ao negócio que abriu em sua cidade natal, Laguna Paiva, em Santa Fé – uma farmácia.

Zapata trabalhou nas categorias de base do River Plate e foi auxiliar técnico em vários times argentinos até ser contratado para integrar a equipe técnica do Tigre rebaixada e que, no mesmo ano, ganhou a Copa da Superliga e se classificou para a próxima edição da Copa Libertadores da América.

Simeone, um dos mais famosos jogadores da seleção argentina nos anos 1990, segue em destaque no futebol: depois de conquistar títulos com o Estudiantes e com o River Plate, na Argentina, ele foi contratado pelo Atlético de Madrid (Espanha) em 2011, onde já levou o time ao título espanhol em 2014 e aos troféus da Liga Europa (2012), Copa do Rei (2013) e a Supercopa Espanhola (2014) – apesar disso, perdeu duas finais de Champions League. Segue sendo, ainda assim, um dos treinadores mais reconhecidos do mundo do futebol atualmente.

Redondo foi nomeado Embaixador da Liga Espanhola na Argentina no ano passado, um reconhecimento do país onde escolheu viver e trabalhar. O polêmico volante foi o jogador que mais vestiu a camisa da seleção argentina por clubes estrangeiros no século XX: El Príncipe atuou 29 vezes nessa condição, 22 como jogador do modesto Tenerife e sete pelo Real Madrid. ambos da Espanha. Gorosito, como já se disse, foi do céu ao inferno como técnico do Tigre – rebaixou a equipe para a Segunda divisão argentina e, na mesma temporada, conquistou a Copa da Superliga ao despachar o Boca Juniors por 2 a 0 em Córdoba.

Acosta, que se aposentou em 2002, voltou ao futebol seis anos depois para ser o atacante do Fénix, da Terceira Divisão argentina, ao lado do seu filho Mickael Acosta (assim como fez Rivaldo com o Mogi Mirim). Depois de um longo tratamento de câncer, em 2011, foi contratado pela Fox Sports do país para comentar partidas do campeonato nacional. Batistuta, por sua vez, fez de tudo: foi diretor do Colón, comentou jogos na TV e fez um documentário sobre as Copas do Mundo no canal estadunidense History Channel, além de estrelar a propaganda de um tênis Nike masculino.

Em 2017, no auge da crise da seleção argentina após a derrota para o Chile na Copa América do ano anterior, nos EUA, ele deu uma das declarações mais bombásticas dos últimos tempos envolvendo o time nacional: durante uma visita ao vestiário da Argentina, quando os jogadores o viram, metade sequer ligou para sua presença. “Eu entrei para saudá-los e metade não me deu bola. Queria que tivessem me saudado, não por ser quem eu sou, mas porque eu joguei também e já estivesse nesse ambiente. Não fizeram isso porque não sentiam”, afirmou.

“A gente se movia como mortais, como o que éramos, mais terrenos, e as pessoas sentiam isso. (Os jogadores da seleção atual) não estão muito conectados com as pessoas, apesar de terem jogado três finais, o que não é pouco esportivamente”, completou.

Cáceres viveu o maior drama desde a conquista de 1993: em novembro de 2009, em uma tentativa de assalto, uma quadrilha disparou várias vezes contra ele, atingindo-o na cabeça e no olho direito, que ele perdeu. Desde então, ele fundou um clube de futebol com seu nome na cidade de La Matanza, mas ainda faz tratamento para se recuperar de uma bala que atingiu seu cérebro. Rodríguez, enfim, também trabalha como representante de jogadores.

Alfio “Coco” Basile voltou a ser técnico da Argentina entre 2006 e 2008, deixando o cargo para Diego Armando Maradona. Ainda teve um período de sucesso como técnico do Boca Juniors, mas depois se aposentou – hoje faz aparições raras na TV, e geralmente em programas de humor. No ano passado, em entrevista, disse que o futebol mundial conheceu apenas três “extraterrestres”: Maradona, Messi e Pelé.

“São a antítese. São dois extraterrestres, não são normais. E o outro foi Pelé, esses três, depois ninguém mais. Na Europa, dizem que o melhor de todos os tempos é Di Stéfano, não cheguei a vê-lo. Jogava por todo o campo, um jogador moderno na sua época. Mas eu não o vi”, disse.

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