*Por Mônica Alvernaz
A impressão que se tem em muitos lugares públicos de que as mulheres são a maioria, não é ilusória, é dado estatístico. De acordo com pesquisa do IBGE de 2017, as mulheres representam 51,6% da população brasileira. Então isso quer dizer que essa maioria se reflete em qualquer ambiente, certo? Infelizmente não.
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O ano é 2019 e ainda se faz necessário (muito, por sinal) reafirmar a importância da representação feminina, seja qual for o contexto. O mundo do futebol não é diferente. Aliás, é um dos mais urgentes neste quesito.
Ainda hoje os homens são maioria nos programas de esporte, nas arquibancadas e nas redações dos grandes jornais e portais pelo país. Ainda hoje as mulheres precisam a todo tempo provar porque estão ali, mesmo tendo conquistado, merecidamente, seu espaço ao longo dos anos. Uma pergunta indiscreta aqui, uma desconfiança de porque você ocupa tal lugar ali e a todo tempo precisando se afirmar como boa naquilo que faz, para provar o óbvio: Mulheres podem ser (e são!) boas naquilo em que bem entenderem!
Veja bem: Não é dizer que devemos destacar alguém apenas por ser mulher. O reconhecimento deve ser feito sim pelo trabalho desempenhado, independentemente de quem o faça. Mas quantos homens que trabalham no meio esportivo que você conhece já passaram por questionamentos como “Ah, mas você sabe mesmo o que é impedimento?”. Ou então “Tá, então escala o seu time completo”. Quantos deles foram assediados no estádio, seja trabalhando ou estando na arquibancada? Porque acreditem, nós, mulheres, passamos por coisas desse tipo a todo tempo. Em tom de piada e desconfiança, em diversos momentos, ainda temos alguém duvidando da nossa capacidade.
O sopro de esperança vem pelo empoderamento feminino, que é cada vez mais aplicado, nas falas e nas práticas das mulheres mundo afora. Movimentos que nos fazem confiar e acreditar que com o tempo teremos cada vez mais mulheres comandando por aí. Seja no futebol, na indústria, nas empresas, nos lares e em todos os lugares que elas entenderem que devam estar.
O Dia da Mulher, comemorado neste 8 de março, é importante para lembrarmos o quanto já conquistamos sim, mas, principalmente, reforçar o tanto que ainda temos (e vamos!) alcançar.
Que um dia o número de Martas seja infinitamente maior do que o número de mulheres que são diminuídas, agredidas e muitas vezes mortas diariamente.
Que não esqueçamos nunca que, por mais difícil que seja a luta, temos umas as outras. E é nessa força feminina, tão única e resistente, que vamos batalhar cada vez mais por mudanças e pelo reconhecimento de Martas, Cristianes e Andressas por todo o mundo, colocando a mulher na posição de destaque que por muitos anos lhe foi negada.
Que mesmo diante de todas as dificuldades impostas, sigamos lutando como uma garota. Sempre!