Carlos Henrique Casemiro, aos 26 anos de idade, já passou por poucas e boas (ou melhor, muitas e ruins) antes de chegar ao patamar atual. Do jogo de hoje? Do ano? Da atual temporada? Dos últimos dois biênios? Tudo isso e, ao que se pode projetar, ainda mais.
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A vida já lhe foi dura e firme como sua postura nos gramados com a camisa do Real Madrid desde muito cedo. Cresceu sem pai, mas com uma mãe que deu a força e certamente boa dose da persistência que foi posta a prova nos tempos de São Paulo.
Aqui, o trecho do “odiado” lhe cabe como uma luva. Mas de pelica, já que muitos reconheciam sua capacidade, porém reclamavam de possível indolência. Local onde jogava no time de coração, mas onde fez seu coração sangrar de tristeza até ao ponto de chorar no vestiário após uma apresentação indigna diante do Corinthians. Ainda mais pensando nas que estavam por vir.
Seja lá como for, o destino quis que uma outra camisa branca iniciasse o processo de moldá-lo. Ao mundo que ele almejou, mas que precisou entrar pela “surdina”, semelhante ao seu comportamento bastante recatado. Em entrevistas, quase não se ouve sua voz. Porém, quando entra em campo envergando a camisa 14, é impossível não notar a sua vital presença.
No meio do caminho houve o Porto, de papel trivial. Na terra de nossos colonizadores, quem realmente impôs doutrinas foi Casemiro. Esbanjou maturidade, demonstrou que havia aprendido a lição. Passou um recado claro como seus passes e inversões de jogo aos Merengues.
Hoje, em apresentação sublime no Parque dos Príncipes, mostrou pela 13ª seguida em mata-mata de Champions junto com o Real Madrid que deixou de ser uma promessa há tempos. Se estabeleceu. Cresceu diante de quem é grande. Ganhou o reconhecimento de quem acostumou-se a ser reconhecido.
Em pensar que, há anos atrás, Casemiro conviveu com o incômodo e pesado rótulo de ser odiado. A ele, agora só cabe uma ode.