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Crônica FL: A palavra vem, mas não sai

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Foto: Paulo Whitaker/REUTERS

“É mentira. Só pode ser mentira. Não é possível um desastre desse tamanho ter acontecido. Acho que estava sonhando…”

Essa foi a nítida sensação dentro de mim na manhã do dia 29 de novembro de 2016. O dia onde o mundo voltou seus olhares distraídos, apressados e totalmente desconhecedores da cidade de Chapecó e da existência da Associação Chapecoense de Futebol e se depararam com uma catástrofe.

Daquelas que simplesmente chocam. Estatelam. Fazem todos os pensamentos virarem um verdadeiro “bolo” de ideias em meio a um mar de tristeza, comoção, resignação e sensação de profundo vazio.

Eu não conseguia acreditar. Saí de casa com lágrimas nos olhos. Com uma dor no peito que só me fazia ter vontade de sofrer. De fazer com que o tempo rodasse ao contrário e que cada uma das 71 vidas fossem preservadas.

Mas não funciona assim. A roda da vida funciona à sua maneira e, infelizmente, também a mercê de quem não tinha a dimensão da sua relevância. De quem brincou com o perigo e a segurança de milhares. De quem, com atitudes irresponsáveis, se tornou responsável de um fato terrível na história do esporte mundial.

Por vezes ainda me pego sem crer. Ainda mais porque, naquele ano, tive o primeiro e único contato com Mário Sérgio Pontes de Paiva, uma das figuras mais doces, inteligentes e simpáticas que já tive a honra de entrevistar. Se senti isso quando falei cerca de uma hora com ele, imagine aqueles que desfrutaram do prazer de sua convivência e habilidade dentro e fora das quatro linhas?

Bom, acho que já escrevi demais. Confesso que queria palavras lindas, a altura da bravura e feitos da delegação gravada nos corações de todos nós… a palavra vem, mas não sai.

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