O Coritiba é mais um dos clubes brasileiros a fazer parte da lista de times patrocinados por casas de apostas esportivas. A parceria foi anunciada pelos dirigentes do clube no início de novembro e deve se estender, pelo menos, até 2020. O clube curitibano é o atual detentor da maior média de público da série B, com mais de 21 mil pessoas por jogos, o que pode ter atraído o novo investidor.
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A parceria entre o clube e a empresa de apostas foi possível graças a promulgação da Lei 13.756/18, realizada em dezembro de 2019, que basicamente legaliza as apostas esportivas no Brasil. Desde então, diversos sites de apostas em futebol vêm patrocinando clubes nacionais, o que demonstra a forte inserção desse nicho no mercado brasileiro, assim como o seu potencial.
É necessário, ainda, que a atividade seja regulamentada pelo Ministério da Fazenda tendo nesse momento um prazo de dois anos prorrogáveis por mais dois anos. A regulamentação é necessária para que possíveis práticas ilegais sejam coibidas, os consumidores protegidos e seja possível gerar receita tributária sobre as apostas.
“Na verdade, as pessoas já utilizam há muito tempo (os sites de apostas), mas o dinheiro ia para fora do país. Melhor que agora ele fique aqui e gere receitas para o governo e a iniciativa privada”, declarou Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, que também é patrocinado por uma empresa do ramo de apostas.
Clubes e eventos patrocinados
Mesmo sem regulamentação, metade dos clubes que disputam a série A do Brasileirão já são patrocinados por casas de apostas esportivas. Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Fortaleza, Fluminense, Santos, Vasco e Flamengo já possuem parcerias em vigor.
O Flamengo, que conquistou a Copa Libertadores da América no sábado, 23, foi um dos clubes mais recentes a firmar parceria com uma empresa de apostas esportivas.
“Apostamos em uma empresa séria, com grande potencial de crescimento, que confiou em uma proposta ousada e na liderança do Flamengo de engajamento nas redes sociais entre os clubes da América Latina” declarou Maurício Portela, diretor de marketing do clube, na época do anúncio.
Além disso, em julho deste ano, uma parceria inédita entre a Liga Gaúcha de Futsal e um site de apostas esportivas foi confirmado. Pela primeira vez, uma empresa do ramo irá patrocinar a modalidade no Brasil. O anúncio foi realizado pelo presidente da entidade de futsal, Nelson Bavier, no Congresso Internacional de Futsal.
“Nós temos hoje o maior campeonato regional de futsal do Brasil e a inovação sempre foi uma das nossas marcas. Ter uma casa de apostas […] nos patrocinando é o primeiro passo para novas oportunidades de mercado à nossa modalidade. E ficamos felizes de sermos os protagonistas dessa mudança de concepção”, declarou.
Regulamentação deve gerar receita e empregos para o país
De acordo com dados colhidos pelo Instituto Jogo Legal, a proibição dos sites de apostas online e cassinos no Brasil faz com que o país deixe de arrecadar, por ano, cerca de R$ 20 bilhões em impostos, valor que poderia colaborar para a diminuição, do atual rombo nas contas públicas. O cálculo foi realizado tomando como base países que já permitem a prática em seu território e, segundo as estimativas, o valor arrecadado poderia suprir o orçamento do programa Bolsa Família durante oito meses.
No entanto, de acordo com o presidente do órgão em questão, Magno José Santos, o valor pode ser ainda maior. “Esse é um número pessimista, existe uma demanda reprimida no país, com medo de entrar em uma casa clandestina”, declarou.
A liberação das apostas no Brasil também deve ser um propulsor para a geração de empregos. Sobre isso, Santos estima que este mercado teria o potencial para gerar cerca de 1,3 milhões de empregos. Desses, 659 mil vagas seriam diretas. O volume é maior que o dobro de empregos gerados em 2018.
