Com um princípio de regulamentação no Brasil iniciado em 2018, as casas de apostas construíram uma presença marcante no futebol e hoje fazem parte do cotidiano dos clubes, da imprensa e dos torcedores. Nos últimos dias, elas se tornaram ainda mais frequentes no noticiário devido a escândalos de manipulação de resultados e à intenção do Governo Federal em taxá-las e regulamentá-las. Fato é: as apostas esportivas mudaram o mercado do futebol brasileiro.
Leia mais: Contra o Real Madrid, Castellanos coroa grande biênio na Europa
Onde assistir, nesta quarta-feira (26), os jogos da Copa do Brasil
Manipulação de resultados
No último dia 18 de abril, o Ministério Público de Goiás deflagrou a segunda fase da Operação Penalidade Máxima, cuja intenção é investigar esquemas de manipulação de resultados no futebol brasileiro. Além de jogos da segunda divisão, já revelados em novembro, a investigação revelou que cinco jogos da Série A de 2022 estão sob suspeita, e realizou mandados de busca e apreensão nas casas de nove jogadores.
Vale ressaltar que, nessas partidas, as suspeitas não envolvem o resultado final das partidas. Elas tratam, na verdade, de assédios sofridos por atletas e realizados por apostadores para tomarem cartões em troca de propina. Isso é possível, afinal, além de apostar no placar dos jogos, os usuários podem tentar adivinhar outros quesitos, como a quantidade de escanteios para uma equipe ou se um atleta levará cartão amarelo ou vermelho.
Patrocínios
Para além deste grave problema, as casas de apostas estão em evidência por conta da superexposição: 19 dos 20 times da Série A possuem acordo de patrocínio com empresas do ramo. A patrocinadora da Copa do Brasil e uma das principais anunciantes do futebol na TV Globo, a Betano, também atua neste campo. Ao todo, as companhias do setor investem R$ 327 milhões em clubes da primeira divisão, segundo levantamento do portal Poder 360.
Dicas de Apostas Esportivas & Palpites do Brasil e do mundo é no Aposta 10!
Dessa forma, concluímos que as casas de apostas passaram a exercer papel central no futebol brasileiro ao manterem a “roda girando”, já que patrocinam clubes, campeonatos, veículos de comunicação e produtores de conteúdo.
Pode se dizer, inclusive, que até o comportamento dos torcedores mudou. Afinal, dependendo da quantidade apostada e das probabilidades, é possível ganhar um valor equivalente a um tênis masculino ou uma camisa do clube em uma única aposta. Transformando, assim, o futebol em fonte de renda, porém sem estar diretamente trabalhando em algum clube ou entidade no esporte.
Regulamentação
Entre pontos positivos e negativos, o mercado de apostas cresceu muito no Brasil, porque é permitido, mas não é regulamentado ou taxado. Essa realidade, no entanto, será alterada muito em breve: o Ministro da Economia irá aplicar uma taxação de 30% sobre os prêmios obtidos durante os eventos esportivos, além de cobrar 15% de imposto sobre o lucro das empresas e R$ 30 milhões à vista como licença para operarem no país por cinco anos.
Ademais, algumas regras complementares passarão a valer. Entre elas, a proibição de apostarem em casas de apostas de fora do país, para evitar fuga de capital. A ideia do Governo Federal é arrecadar entre R$ 12 bilhões e R$ 15 bilhões por ano com essas medidas.
*Por Agência Conversion