Com medalhões em baixa e atacante lesionado, Chile espera surpreender na Copa América

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Foto: Divulgação

*Por Agência Conversion

A seleção chilena virá ao Brasil para disputar a Copa América com 11 jogadores remanescentes do título conquistado na última edição do torneio, em 2016, nos Estados Unidos.

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A Roja, eliminada traumaticamente nas eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia, no ano passado, deposita as esperanças em jogadores rodados na Europa – como o atacante Alexis Sánchez, do Manchester United (Inglaterra), e o volante Arturo Vidal, do Barcelona (Espanha) – e no seu treinador, o colombiano Reinaldo Rueda, ex-Flamengo, para tentar o tricampeonato sul-americano.

O Chile estreia na competição no dia 17 de junho, contra o Japão, no estádio do Morumbi, em São Paulo. Segundo a imprensa chilena, o técnico já tem seus titulares desde o início da preparação – uma formação com três atacantes que, de acordo com os jornalistas do país, é uma resposta ofensiva de Rueda após o time ter assistido ao Mundial de 2018 pela televisão: Gabriel Arias, Mauricio Isla, Gary Medel, Guillermo Maripán e Jean Beausejour; Erick Pulgar, Charles Aránguiz e Arturo Vidal; Eduardo Vargas, Nicolas Castillo e Alexis Sánchez foi a formação treinada por ele durante a semana passada.

Caso se confirme a escalação, sete destes começaram jogando a final da Copa América de 2016 contra a Argentina de Lionel Messi (empate sem gols no tempo regulamentar e vitória por 4 a 2 nos pênaltis): Isla, Medel, Beausejour, Vidal, Aránguiz, Vargas e Sánchez. Castillo entrou no segundo tempo da partida no MetLife Stadium, em Nova Jersey.

A lista anunciada por Rueda para a Copa América deste ano ainda tem Gonzalo Jara, Pablo Hernández e Erick Pulgar como jogadores vitoriosos há três anos nos Estados Unidos. A Copa América de 2016 foi especialmente reconhecida por ter sido conquistada um ano depois de um triunfo em casa, no que já havia sido considerado o principal título da história da Roja. No entanto, eles vivem momentos diferentes.

Sánchez, o grande nome do futebol chileno há alguns anos, chega em baixa: o atacante de 30 anos participou de 27 partidas do United na temporada fracassada do clube inglês – 13 delas como titular, anotando apenas dois gols. A imprensa internacional chegou a afirmar que o jogador pensou em pedir dispensa do campeonato no Brasil para se recuperar a tempo do início da temporada 2019/20, mas ele decidiu atuar com a camisa do seu país mesmo sem ter participado dos amistosos contra Estados Unidos e México.

Vargas, ex-Grêmio, foi a novidade: hoje no Tigres, ele não era chamado para compor a seleção chilena desde março de 2018. Na temporada 2018/19, ele marcou 17 gols em 47 jogos – a maior parte deles, seis, no torneio Apertura. Em 2016, o atacante estava em pior fase: tinha feito apenas dois gols em 24 jogos pelo Hoffenheim, da Alemanha. Ele é o garoto-propaganda do time – protagoniza uma campanha de chuteira infantil e de uma marca de televisores no Chile.

O trio de ataque do Chile será completado com Castillo, que trocou o Benfica (Portugal) pelo América em janeiro deste ano. Somente em 2019, ele já fez cinco gols em 10 jogos disputados pelo clube mexicano. Há três anos, reserva da Roja nos EUA, ele estava emprestado do Brugge (Bélgica) à Universidad Católica, onde também não vivia boa fase.

Das estrelas do time chileno, Vidal talvez seja a principal: depois de ganhar a Copa América sobre a Argentina, ele ganhou duas Bundesligas com o Bayern de Munique e trocou o clube bávaro pelo poderoso Barcelona em agosto do ano passado em uma negociação de € 18 milhões (R$ 78 milhões, na cotação de junho). No time espanhol, ele acabou de levantar a taça da liga nacional, apesar de ter sido titular na fatídica derrota para o Liverpool por 4 a 0 na semifinal da Champions League, em Anfield Road.

Seu companheiro de volância, Aránguiz, é titular do Bayer Leverkusen (Alemanha) desde que chegou ao clube alemão, em 2015, depois de boa passagem pelo Internacional – fez três gols em 29 jogos pela equipe. Pulgar, encerrando o meio-campo, dá fôlego ao time: com 25 anos, vem de boa campanha com o Bologna, da Itália, que terminou o Cálcio na 10ª colocação.

O time de Rueda também está cheio de medalhões começando as fases finais de suas carreiras: Gary Medel, 31 anos, titular da Roja há anos, deixou a Internazionale, da Itália, para o Besiktas, da Turquia, em agosto de 2017, mesmo caminho feito por seu companheiro de defesa, Mauricio Isla, de 30, que deixou a italiana Juventus para o também italiano Cagliari e, na mesma época, foi contratado pelo Fenerbahçe (Turquia). Jean Beausejour, de 35, foi de um rival para o outro em seu país depois do título da Copa América: do Colo-Colo para a Universidad de Chile, enquanto Jara, hoje reserva da seleção chilena (30 anos), jogava a Bundesliga em 2016, vivendo temporada irregular no Estudiantes neste ano.

Crise com Bravo

Na última semana de preparação para a Copa América, o capitão do Chile, Gary Medel, admitiu aos jornalistas que houve uma briga interna com o goleiro Claudio Bravo, do Manchester City (Inglaterra) – ele ficou de fora da lista final. “O problema é evidente, é claro que existem problemas com Cláudio, mas todos erraram. Isso precisa ser solucionado com diálogo, mas é algo interno”, disse ele em entrevista coletiva.

“Não temos que falar com ninguém de fora, porque só vai ter impacto negativo. Se Bravo vier (à preparação), temos que falar com ele de frente, como homens, para o bem de todos”, completou, adicionando que, se Rueda chamar o arqueiro, os jogadores deverão se reunir para uma conversa com ele.

A briga se refere à primeira convocação de Rueda à frente da seleção chilena, quando Bravo, chamado pelo treinador, se recusou a se apresentar alegando “falta de vontade”. O motivo, na verdade, é que a Associação Nacional de Futebol Profissional (ANFP) não o deixou levar seu treinador de goleiros, Julio Rodríguez, para a preparação dos amistosos contra Suécia e Dinamarca, em março do ano passado. À época, Bravo foi desconvocado, gerando um mal-estar na entidade e entre os jogadores.

Mesmo assim, a não-convocação de Bravo para a Copa América de 2019 gerou dúvidas no ambiente interno – ao menos para a imprensa chilena. Segundo Vidal, as especulações não são verdadeiras. “Os jornalistas tentam atrapalhar o ambiente. Eu, a equipe e todos na seleção estamos com muita vontade. Os jovens querem mostrar que podem assumir a camisa e nós confiamos que vamos chegar bem”, disse em coletiva de imprensa.

Além de Bravo, ficaram de fora da convocação de Rueda Jorge Valdívia, ex-Palmeiras e hoje no Colo-Colo, e Marcelo Díaz, volante de 35 anos que hoje defende o Racing.

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