Incerteza. Se existe uma palavra que vem regendo o futebol da Argentina nos últimos dois semestres, certamente é essa questão da total e absoluta indefinição sobre como as maiores equipes do futebol dos hermanos vão conseguir se reestruturar. E o que é mais sério ainda: Como vão efetivamente se preparar para a Copa Libertadores da América, que terá a sua fase de grupos começando na próxima terça-feira (7).
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O início do problema
Desde o fim do programa que delegou ao governo os direitos de transmissão das partidas do campeonato argentino chamado de Fútbol Para Todos, os clubes argentinos ficaram praticamente “vendidos” em relação a não receberem nenhuma verba referente a administração anterior da ex-presidente Cristina Kirchner.
Sendo assim, o atual presidente, Maurício Macri, tenta de todas as maneiras conciliar a situação das dívidas e, em meio a isso, as próprias agremiações cobram uma postura mais enérgica da no momento em situação de falência Associação do Futebol Argentino (AFA) para que a situação seja resolvida.
Soluções em curso
Uma solução alternativa inclusive já foi sugerida em uma reunião feita em novembro do ano passado propondo entre as equipes a formação de uma Superliga Argentina com número de participantes, distribuição e renda e formato de disputa da principal competição nacional.
A proposta da Superliga voltou a ser colocada em voga no último dia 27 onde, em assembleia para determinar os próximos passos na reconstrução, foi determinado o círculo de empresas que poderão concorrer a deter os direitos televisivos bem como mudanças na estrutura e na necessidade de novas eleições na AFA após a saída do ex-presidente Luis Segura por problemas de corrupção.
Possibilidade de recomeço e brasileiros de olho
Nessa quinta-feira (2), dois passos importantes foram dados para que ao menos a bola volte a rolar na Argentina. Enquanto o presidente Macri afirma ter feito o depósito de parte dos 350 milhões de pesos referente a rescisão do vínculo entre a AFA e o programa Fútbol Para Todos, a própria AFA divulgou a rodada de número 15 do campeonato argentino em 2016/2017 agendada para os próximos dias 3, 4, 5, 6 e 26 de março. Até o momento, o torneio não teve nenhuma rodada disputada em 2017.
Com isso, quem está apenas acompanhando a situação de falta de ritmo de jogo são três clubes brasileiros que entrarão em campo pela primeira vez no próximo meio de semana pela Libertadores justamente contra equipes argentinas em um ritmo de jogo superior a seus oponentes. Enquanto o Atlético-MG viaja até Mendoza para duelar contra o Godoy Cruz e o Palmeiras vai a Tucumán enfrentar o Atletico Tucumán, o Flamengo recebe o San Lorenzo no Rio de Janeiro.
Em comparação com as equipes argentinas que em competições oficiais entraram em campo apenas quatro vezes se somados os três clubes citados (os quatro duelos de Pré-Libertadores do Tucumán), as equipes brasileiras, nessa mesma condição, já entraram em campo em 23 oportunidades.