O ponto alto da carreira nacional até então do lateral-esquerdo Geferson certamente pode ser creditado ao momento em que sustentou a titularidade no Internacional e chegou a disputar uma semifinal de Copa Libertadores além de ser convocado para jogar a Copa América de 2015 no Paraguai pela Seleção Brasileira.
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Todavia, tudo isso só foi possível porque o soteropolitano, ainda na infância e ávido pelo sonho de ser jogador de futebol, entrou nas categorias de base do Vitória e iniciou a sua caminhada que, hoje, reside no futebol europeu:
“O Inter tem uma grande estrutura, mas eu comecei no Vitória, fui pro Inter com 15 anos, mas tudo começou no Vitória e sou muito grato a esses dois clubes por terem me formado como jogador e acima de tudo como homem”.
Na passagem por dois clubes de tamanho peso no Brasil, ele se demonstrou bastante agradecido a um conjunto de profissionais em especial: O uruguaio Diego Aguirre e sua comissão técnica, principalmente no preparo para a transição entre a base e o profissional.
Depois das passagens pela equipe do Sul e de retornar ao Leão da Barra em 2017, o destino do atleta atualmente com apenas 24 anos de idade foi a Bulgária para defender o CSKA Sofia. Local esse onde o atleta tem vivido uma experiência que considera extremamente válida para o seu amadurecimento técnico e tático sendo que seus números mostram a importância que ele consolidou dentro da equipe do Leste Europeu.
Desde que chegou ao clube no começo de 2018, Geferson esteve em 14 partidas e ficou de fora em outras 24 oportunidades. Com o atleta são 12 triunfos, dois empates e duas derrotas (aproveitamento de 79%) enquanto, sem o mesmo, são 14 vitórias, três resultados de igualdade e sete reveses, derrubando o aproveitamento para 62,5%.
Confira o bate-papo exclusivo entre o Futebol Latino e o lateral-esquerdo Geferson:
FL- Apesar de nascido em uma cidade próxima a Salvador, você acabou “despontando” para o futebol no Internacional. Acredita que a estrutura do Inter foi determinante para isso?
Eu sou de Salvador, a maternidade que eu nasci que é de Lauro de Freitas, aí assim que eu nasci eu fui registrado. Não teve como ir pra Salvador pra ser registrado lá. O Inter tem uma grande estrutura, mas eu comecei no Vitória, fui pro Inter com 15 anos, mas tudo começou no Vitória e sou muito grato a esses dois clubes por ter me formado como jogador e acima de tudo como homem.
FL- O quanto você acha que o fato de ter solidificado sua titularidade quando o uruguaio Diego Aguirre era o comandante do Colorado? Ele fazia algum tipo de trabalho específico no seu setor?
O Aguirre sempre conversou muito comigo, mesmo antes de eu começar a jogar, ele via que eu tava treinando bem, mas não podia pular etapas e sinto que eu comecei a ser titular na hora certa. Os auxiliares dele faziam trabalho específico em todos os setores, não só no meu.
FL- Na chegada a Seleção Brasileira, o que você acha que deu errado para o Brasil ter feito uma campanha tão abaixo da média?
Eu acho que no futebol tudo pode acontecer. Tínhamos um grupo sólido, um grupo vencedor e que estava muito disposto a ganhar aquela Copa América, mas no futebol não tem mais bobo e saímos da competição num detalhe que foi na disputa de pênaltis.
FL- Quando esteve no Vitória, se sentiu desprestigiado por não ter mais tanto espaço no Internacional? Qual tipo de aprendizado tirou desse período?
Não me senti desprestigiado porque eu cheguei jogando, claro que cada técnico tem sua maneira de pensar e tem suas escolhas, alguns optaram por outros jogadores e eu sempre respeitei cada um que passou e suas escolhas. Mas fui muito feliz lá e realizei o sonho de voltar ao time onde tudo começou.
FL- Estando no seu segundo ano de Europa, se sente mais maduro já pensando em um próximo passo dentro do Velho Continente? Uma volta ao Brasil está descartada nesse momento?
Aprendi muita coisa aqui na Europa. Cada ano que passa temos que amadurecer mais um pouco, não podemos estacionar porque senão o próprio futebol nos atropela. Eu costumo entregar tudo nas mãos de Deus porque sei que Ele tem o melhor pra mim. Não tem porque eu descartar uma volta ao Brasil se o projeto de um time for bom. Mas isso eu deixo com meu empresário.
FL- Consegue ainda acompanhar alguma coisa do Inter mesmo a distância? O que tem achado do trabalho de Odair Hellmann?
Eu mesmo de longe costumo acompanhar o futebol brasileiro, gosto de assistir os jogos, eu vivo isso. Acho que o Odair está fazendo um ótimo trabalho, classificando o Inter na libertadores com duas rodadas de antecedência e chegando a final do Gauchão. Desde quando o Odair era auxiliar eu já sabia que ele tinha tudo pra fazer um grande trabalho quando virasse treinador, o que sempre foi uma vontade dele e mesmo de longe torço muito pro sucesso dele, que foi um cara que sempre me ajudou e também do Inter por ser um clube que tenho um carinho enorme.