*Por José Calil
Em meio a tantas confusões nos últimos dias no futebol brasileiro, como sempre, porque cada um só sabe olhar para o próprio umbigo, ao menos uma decisão sensata: permanece o veto à presença de torcedores nos estádios.
Leia mais: Brasileirão: Com gol de Ganso, Flu massacra Coritiba; Confira a rodada
Peruano: Melgar vence e Cusco FC tropeça no fechamento da 14ª rodada
Ameaçado de se tornar inelegível e, portanto, de não poder concorrer à própria reeleição, o prefeito do Rio de Janeiro resolveu, mais uma vez, usar o futebol para desviar o foco. Simplesmente decretou que o Maracanã, só o Maracanã, estava liberado para receber público. Alegou que a medida tinha como objetivo retirar pessoas das praias, que vivem lotadas. Só não conseguiu explicar quantas pessoas sairiam da praia para ir ao Maracanã às nove e meia da noite.
Mostrando que nem tudo ainda está perdido no Brasil de hoje, vários segmentos reagiram a esse absurdo. E os dirigentes dos nossos clubes mais importantes e da CBF decidiram congelar a discussão por enquanto. O Flamengo, que seria o maior beneficiado, foi a único a defender essa verdadeira fanfarronice.
O público não pode voltar agora aos estádios por duas razões básicas. A primeira, e mais importante, é a verdadeira tragédia sanitária que isso representaria. Aglomerações no próprio estádio, nas cercanias, nos transportes públicos, nas quadras e nos ônibus das torcidas seriam inevitáveis. O outro motivo é o desequilíbrio desportivo que seria causado. Qualquer competição, para ser legítima, deve oferecer condições iguais a todos os participantes. Obviamente, não é tolerável que um clube possa receber o apoio dos seus torcedores e os outros não.
O mais correto, inclusive, seria não haver público nos estádios até o final do Campeonato Brasileiro. Afinal, a disputa já começou assim e assim deveria terminar. É o mínimo que se espera para melhorar, ao menos um pouco, a imagem já tão desgastada do nosso esporte mais popular.