*Por José Calil
O Cruzeiro levou mais uma pancada forte na semana passada sendo obrigado a iniciar o Campeonato Brasileiro da Série B com seis pontos negativos por dívidas não pagas a um clube árabe. Torcedores de outros clubes estão comemorando o fato e fazendo brincadeiras nas redes sociais. Não deveriam.
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Por más gestões, tão e por tanto tempo denunciadas por mim e por vários companheiros de imprensa, muitos outros clubes caminham para o mesmo buraco. Eu diria quase todos. O que existe são lampejos de um ou outro bom trabalho de dirigentes aqui no Brasil. No momento, o Grêmio se destaca. Mas a grande maioria vai de mal a pior.
Além de serem irresponsáveis e incompetentes a maior parte dos nossos cartolas são egoístas. Buscam resolver o problema de hoje empurrando os maiores pepinos com a barriga. Quem assumir o clube depois que se exploda. O coitado do advogado Sérgio Santos Rodrigues, por exemplo, eleito quinta-feira (21) no Cruzeiro, herdou uma dívida de mais de R$ 800 milhões.
Gastando muito mais do que arrecadam e mergulhados em passivos tributários e trabalhistas, os clubes brasileiros afundam a cada dia. Alguns passam uma falsa sensação de prosperidade, como o Flamengo. Mas, pagando o que paga a alguns jogadores e à comissão técnica, logo logo o dono da maior torcida do Brasil vai sentir o drama.
O que nos faltam são homens corajosos e desprendidos de interesses pessoais. Gente que aceite dirigir um clube com olhos no futuro, não importando se é ele ou não quem vai colher os frutos. E torcedores que compreendam e apoiem essa realidade, sem exigir resultados a qualquer custo.
Esse é o único caminho da estabilidade. As pessoas que dirigiram o Cruzeiro nos últimos anos não agiram assim. E o resultado aí está.
