*Por José Calil
Embora em alguns países os campeonatos sequer tenham sido interrompidos e na Coréia do Sul o futebol tenha retornado no final de semana, a grande realidade é que os seis jogos marcados para o próximo sábado (16) na Alemanha marcam a verdadeira retomada do esporte mais popular do mundo após a pandemia da Covid-19.
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Na Espanha, La Liga deve ser reiniciada em 20 de junho. Na Itália, um pouco depois. Já na Inglaterra não há nenhuma previsão, a ponto dos clubes estarem sendo pressionados a devolver cerca de 1 bilhão de libras (equivalente hoje a R$ 7,1 bilhões) de direitos de TV já recebidos.
E no Brasil??? Como eu já disse há alguns dias, cada um puxa a brasa para a sua sardinha. Não existe a consciência de uma busca comum pelo que é melhor para todos. O que se vê na vida cotidiana, com cada político adotando a conduta que mais lhe convém, também ocorre no futebol.
Em alguns casos, existe até a mistura da política com o futebol. O exemplo mais claro disso é o Rio Grande do Sul onde os dois principais clubes voltaram a treinar sem nenhum problema, mas, mesmo assim, tiveram suas atividades proibidas a partir de hoje pelo governador, numa atitude claramente demagógica.
O que as pessoas precisam entender é que a volta dos clubes brasileiros aos treinamentos, ao contrário do que muitos dizem, pode até ajudar num momento como esse. Vejam o caso do atacante Diego Souza. Somente porque o Grêmio voltou a treinar é que ele foi testado e teve resultado positivo. Se não houvesse a volta aos treinamentos, ele, que não tem sintomas, não saberia da doença e não seria isolado, podendo transmiti-la a várias pessoas.
O mesmo aconteceu no Flamengo, onde vários testes para a doença deram positivo. Essas pessoas foram isoladas e suas famílias estão sendo monitoradas. É assim que funciona. Simplesmente não permitir a realização de treinamentos não ajuda em nada.
Enquanto o futebol brasileiro não se dispuser a adotar uma solução madura e com interesses comuns ressalvados vai continuar tudo como está. E aí não haverá vencedores. Todos vão perder.