Coluna de José Calil: cada um por si

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Foto: Arte LANCE!

*Por José Calil

O que era amplamente previsto está acontecendo. Na discussão sobre a volta dos jogos de futebol no Brasil, quase ninguém está verdadeiramente preocupado com a saúde das pessoas envolvidas. Cada um está olhando apenas para os próprios interesses. E isso é muito triste.

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Não por acaso, Botafogo-SP e Ponte Preta lutaram, e ainda lutam, para que o Campeonato Paulista seja declarado encerrado sem que haja rebaixamento. Óbvio, afinal, são os dois mais sérios candidatos a baixar de divisão.

Em nível nacional, a ladainha é a mesma. Flamengo e Internacional, clubes com grandes investimentos, candidatos aos títulos em disputa, querem que a bola role logo. Já o Botafogo, sem chance de nada na temporada, a não ser lutar contra o rebaixamento, ameaça encabeçar um movimento para que os campeonatos não voltem tão cedo.

O que as pessoas precisam entender é que, para voltar, o futebol terá que cumprir uma série de protocolos de segurança. Tanto a CBF como as principais federações estaduais montaram comissões médicas que estão debruçadas no trabalho. Em São Paulo, por exemplo, o responsável é o Dr. Moisés Cohen, profissional que dispensa qualquer tipo de apresentação, cuja capacidade é absolutamente reconhecida.

O futebol só voltará a ser praticado no Brasil com estádios vazios e caso consigam formar a chamada bolha social, o que significa criar um grupo onde haja testes e monitoramento constantes e efetivos. Ao menos no futebol, não parece haver nenhum louco que subestime o drama que estamos vivendo e que queira aumentar as estatísticas de óbitos.

O ideal, portanto, seria que os dirigentes dos clubes parassem com manifestações egoístas para um lado ou para outro e que todos se unissem em torno das autoridades de saúde para que a bola volte a rolar sim, mas só quando houver a garantia da não exposição de ninguém a ainda mais riscos além daqueles aos quais nós já estamos expostos. O correto seria que os nossos cartolas, ao menos diante de uma pandemia devastadora como essa, abrissem mão de posições pessoais em prol do bem comum. Mas aí já é sonhar demais.

Até a próxima.
E fiquem em casa.

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