O dia 4 de abril pode até em 2018 não ter nenhum jogo para o Internacional, mas o torcedor não fica de todo descontente com isso. Essa data tem um significado muito importante para o Colorado já que, nesse mesmo dia em 1909, os irmãos Poppe fundaram o clube que hoje tem uma das mais ricas histórias do Brasil.
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Além das conquistas patrimoniais onde seu apaixonado fã se inclui, as grandes vitórias dentro das quatro linhas também construíram essa realidade. Realidade essa que o Futebol Latino faz um pequeno resgate em homenagem aos 109 anos do Inter.
O tri-campeonato invicto do Brasileirão
Chegar a decisão do ano de 1979 no Campeonato Brasileiro de forma invicta consolidava uma situação de supremacia do Colorado nos anos 70. Traduzida, logicamente, nas conquistas de dois títulos, 75 e 76.
Mesmo começando o ano de forma conturbada após o terceiro lugar no Campeonato Gaúcho, uma reformulação no elenco dirigido por Ênio Andrade deu resultados impressionantes. Uma campanha de 23 jogos, nenhuma derrota e triunfos contundentes diante do forte Palmeiras (3 a 2 em São Paulo para depois empatar em 1 a 1 no RS) na semifinal e contra o Vasco (3 a 2 no Rio de Janeiro e a festa completada com 2 a 1 favorável no Beira-Rio).
A primeira (e até aqui única) Copa do Brasil
Na época sem o mesmo glamour e ainda iniciante no calendário, a Copa do Brasil chegou ao ano de 1992 e o Inter não perdeu tempo para adicionar essa conquista a sua galeria. E o título veio com apresentações de gala, honrando a história vermelha.
Além de duas goleadas sobre o Muniz Freire-ES na primeira fase (3 x 1 e 5 x 0), o Internacional bateu Corinthians (4 x 0 e 0 x 0), o arquirrival Grêmio (empate duplo por 1 x 1 e vitória nas penalidades por 3 a 0) e o Palmeiras (duas vezes 2 a 1) antes de decidir contra o Fluminense.
Depois de perder por 2 a 1 no Rio, uma vitória simples bastava ao Colorado, mas ela veio com requintes de crueldade para o coração do torcedor. Somente aos 43 minutos do segundo tempo, o volante Célio Silva marcou de pênalti e garantiu a conquista gaúcha.
Pela primeira vez, a América era do Inter
A constante perseguição pelo sonhado título da Libertadores terminou no ano de 2006. Em um elenco que teve boa parte de sua construção atribuída a Muricy Ramalho, quem dirigiu o clube de Porto Alegre na conquista foi Abel Braga.
Depois de ser primeiro colocado no Grupo 6 a frente de Nacional (Uruguai) Unión Maracaibo e Pumas, o Inter deixou pelo caminho Nacional, LDU e Libertad antes da decisão brasileira contra o São Paulo de quem? Justamente Muricy Ramalho.
Ganhando de 2 a 1 em um Morumbi abarrotado de são-paulinos, o empate por 2 a 2 na casa do Colorado não foi suficiente para evitar com que, finalmente, a América fosse conquistada.
O mundo aos pés do Colorado e de Adriano Gabiru
Depois da Liberta, o Mundial se tornou a fissura do clube vermelho e provavelmente aquela altura ninguém imaginava que, de tantos personagens, caberia ao então reserva Adriano Gabiru escrever o capítulo mais grandioso do Internacional.
Depois de passar pelos egípcios do Al-Ahly por 1 a 0 na semifinal, veio o encontro com o poderoso Barcelona de Ronaldinho Gaúcho (então melhor do mundo e formado no maior rival) e companhia. Um jogo difícil, de muita pressão dos europeus e uma brava resistência do Colorado.
Até que, aos 37 minutos já do segundo tempo, iluminou-se o caminho da equipe brasileira. Após passe de Iarley, Gabiru se livrou da marcação, bateu forte o suficiente para vencer Victor Valdés e iniciou a festa concretizada com o apito final.
O segundo título da Libertadores
Respeitando exatamente um ciclo de Copa do Mundo, quatro anos depois, em 2010, o Internacional conseguiu derrubar todos os prognósticos, superar dificuldades em meio a competição e ser campeão da América pela segunda vez.
Na primeira fase, classificação como líder do Grupo 5 onde esteve acompanhado de Deportivo Quito, Cerro e Emelec. Porém, foi no mata-mata que o Inter precisou superar suas próprias barreiras.
Nas oitavas, conseguiu reverter a desvantagem de 3 a 1 contraída na Argentina contra o Banfield vencendo em casa por 2 x 0. Nas quartas, ganhar de 1 a 0 em casa vinha se mostrando insuficiente contra o Estudiantes que, com 20 minutos, já tinha pulverizado a vantagem do Inter com o placar parcial 2 a 0.
Foi somente aos 43 minutos que Giuliano, após lançamento de Andrezinho, conseguiu marcar o gol da vaga nas semifinais onde o Inter passou pelo São Paulo (vitória no Sul por 1 a 0 e derrota por 2 a 1 em SP) para chegar na final contra o Chivas.
Na decisão, bem mais confiante, as duas vitórias (2 a 1 no México e 3 a 1 no Beira-Rio) mostraram ao mundo que havia mais uma equipe no hall dos bicampeões da Copa Libertadores.