É evidente que o resultado negativo do Corinthians, diante do Argentinos Juniors, deve se considerar como ponto relevante. Ainda mais, diante do péssimo início de temporada com a queda precoce no Paulistão e a ausência até mesmo de gols marcados depois de três rodadas de Campeonato Brasileiro. Porém, é preciso se atentar aos diferentes aspectos que abordam a declaração, após o apito final, do goleiro Cássio.
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Na questão técnica, a explicação se dá em números e em fatos. São nove derrotas em 20 partidas no ano, apenas 24 tentos feitos, 19 sofridos e resultados de caráter frustrante. O da última terça-feira (23), aliás, entra na contagem pelo fato do adversário estar com uma escalação alternativa. O motivo é a disputa, no fim de semana, da semifinal na Copa da Liga Argentina.
Porém, o âmbito psicológico também chama a atenção. As palavras do arqueiro mostram um nível de pressão que, mesmo combinando com o grau de idolatria alimentado para com Cássio, dão claro sinal de esgotamento. De uma busca pela excelência que parece chegar em sua reta final. Muito mais pela cabeça do que pelos sinais corporais que, vale ressaltar, também existem.
Uma possível admissão de culpa e cogitar a saída antes do fim do vínculo mostram o tamanho do problema vivido por Cássio dentro de sua própria cabeça. Algo que, além das vitórias, somente o próprio goleiro (e as mencionadas visitas ao psicólogo) podem gerenciar da melhor forma.
Grito de socorro
Fato é que, além das mazelas técnicas, o Argentinos Juniors 1 x 0 Corinthians revelou mais do que decepção, frustração ou tristeza do lado corintiano. Em verdade, o que se ouviu foi um grito de socorro diante da balança entre a responsabilidade de um ídolo e a expectativa de quem o idolatra.
