Vice-líder das Eliminatórias e às vésperas do jogo contra o Brasil, a seleção do Uruguai vive uma verdadeira crise fora dos gramados. Insatisfeitos com os rumos que a Tenfield, dona dos direitos de transmissão do futebol no páis e que toma conta dos negócios da seleção, os jogadores se rebelaram e não utilizam o uniforme de treino que aparece a logomarca da empresa.
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A confusão começou no segundo semestre de 2016, quando os atletas conseguiram uma proposta da Nike para fornecer o material esportivo na casa dos US$ 24 milhões/ano e a Tenfield recusou a oferta.
O problema é que na época, a Puma, atual fornecedora, pagava algo em torno de US$ 5 milhões/ano. Diante da pressão, a empresa alemã abriu o cofre e cobriu a oferta da norte-americana com US$ 25 milhões.
Além da questão com a seleção, a Tenfield encara rejeição dos clubes locais. Segundo eles, a empresa paga muito pouco pelos direitos de transmissão do torneio e cobram uma postura mais firme da AUF (Associação Uruguaia de Futebol) para melhorar os contratos.
Um dos principais líderes do elenco Celeste, o capitão Diego Godín deixou claro na entrevista coletiva que mesmo fora do país, ele tem a obrigação de lutar pela evolução do futebol no Uruguai.
“Todos nós estamos juntos nessa luta. Mesmo no exterior, temos a responsabilidade de lutar pelo nosso futebol e queremos uma melhora em breve”, afirmou.
A prova do envolvimento de Godín é que antes do confronto entre Barcelona e Atlético de Madrid, pelo Campeonato Espanhol, ele e Suárez tiraram foto com uma camisa onde mostravam a insatisfação com a empresa.
Até o momento, a Tenfield não se manifestou publicamente sobre o caso. No segundo semestre do ano passado, quando a crise estourou, a empresa emitiu uma nota e declarou que trabalhava “com a mais absoluta boa fé”.