Ascensão vermelha: River Plate vai do rebaixamento à glória

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Foto: AFP

*Por Agência Conversion

O futebol é imprevisível. Quantas viradas impossíveis já não aconteceram nos últimos minutos, quando a vitória já está quase anunciada para o adversário? No esporte, o único consenso é de que, apesar do desempenho de uma equipe em jogos anteriores, não é possível cravar um resultado com toda a certeza do mundo nem ao menos comemorar antes do apito final soar. E o River Plate, conhecido como Millonario e El Más Grande, já esteve dos dois lados dessa moeda, que pune e premia.

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Fundado em 25 de maio de 1901 em Buenos Aires, capital da Argentina, o clube tem uma história rica de títulos, ídolos e paixão de seus torcedores. Conquistou, assim, o posto de um dos principais times do país como era o desejo de seus fundadores, muito por conta das transferências milionárias da década de 1930, da construção do seu estádio, o Monumental de Núñez, e das equipes que montou nos anos 1940 e 1950.

A tradicional camisa branca com a faixa diagonal vermelha é uma das mais célebres da América do Sul e, em 2011, obteve sua maior queda. Ao final da partida contra o Belgrano, no Monumental de Núñez, terminada em 1 x 1, o River Plate estava, pela primeira vez em sua história, rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Argentino. Do choro desolado dos torcedores alvirrubros aos gritos e comemorações da principal torcida rival – a do Boca Juniors, única equipe argentina que nunca foi rebaixada.

A volta por cima

No futebol, há o pensamento de que, ao cair, um clube consiga enxergar os erros da gestão e melhorar os pontos necessários para voltar à elite e conquistar títulos de expressão. Foi o que aconteceu com o River Plate.

Ao jogar a segunda divisão, a diretoria traçou estratégias para diminuir as dívidas e reestruturar a equipe. Mesmo após a volta à primeira divisão, o Millonario ainda precisou de mais um ano para voltar a ser, de fato, milionário.

Em 2014, o clube trouxe um de seus ídolos para assumir o cargo de treinador: Marcelo Gallardo. O técnico de 45 anos foi revelado no River Plate, em 1993, e foi ídolo como jogador. Como comandante da equipe, Gallardo devolveu o orgulho ao torcedor que, enfim, pode devolver as provocações dos maiores rivais.

No mesmo ano em que o novo treinador chegou, o River Plate conquistou o Campeonato Argentino e a Copa Sul-Americana – em ambos, derrotou o Boca Juniors. No ano seguinte, foi a vez de voltar a alcançar a Glória Eterna, com o sonhado título da Libertadores. Em 2015, também conquistou a Recopa Sul-Americana e a Copa Suruga. Os anos seguintes foram, na mesma medida, avassaladores para El Más Grande:

2016: Recopa e Copa da Argentina.

2017: Copa da Argentina e Supercopa da Argentina.

2018: Libertadores da América.

2019: Recopa, Copa Argentina e Supercopa da Argentina.

Apesar de ter conquistado apenas dois títulos da Libertadores da América após sua reestruturação, em 2015 e 2018, o River participou das semifinais das últimas quatro edições do torneio, de 2017 a 2020, sendo duas finais seguidas, em 2018 e 2019. Nos últimos seis anos, apenas em 2016 o clube não avançou até as etapas finais.

O momento também propiciou a permanência do técnico. Assunto que, na América do Sul, é raro. “Meu vínculo com o River é para toda a vida”, afirmou Gallardo em sua renovação de contrato ainda no ano de 2018.

O melhor time da América do Sul nos últimos anos

Os títulos recentes, a presença frequente em finais e semifinais de competições e, sobretudo, o desempenho e a presença da equipe em campo colocam o River Plate como o melhor time da América do Sul nos últimos anos. Mesmo que individualmente possam julgar outros elencos melhores, os resultados dos argentinos os transformam no melhor projeto sul-americano da década.

Para isso, a equipe precisou – além da retomada financeira – de técnica e confiança, assim como preparo físico – tanto preparada com mais intensidade em treinos físicos, como organizada na alimentação e suplementação com whey protein isolado, por exemplo, para que os jogadores aguentassem o número de jogos com a menor quantidade de lesões possível.

Após a boa gestão financeira que já não vive seus melhores dias em decorrência também da forte crise econômica vivida pela Argentina bem como a disparada do dólar, o clube também tem suas opções no banco de reservas apesar das perdas recentes. Assim, mesmo que um atleta titular se machuque, fique suspenso ou mesmo se transfira, Gallardo consegue realizar substituições à altura.

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