A expectativa para a final da Copa do Brasil entre Palmeiras e Grêmio, que acontece neste domingo, não gera ansiedade apenas nos torcedores. Jogadores, comissão técnica e demais agentes que participam do espetáculo costumam ficar inquietados diante de uma importante decisão. Para entender melhor os impactos que esse tipo de frenesi pode causar dentro de campo, o Futebol Latino conversou com a analista comportamental e coach Amanda Ciaramicoli e mostra como o desempenho de uma equipe pode ser determinado por esse fator emocional.
Em entrevistas coletivas, o técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, costuma destacar a importância do treinamento mental em busca do resultado positivo e constância da performance de seus atletas. E essa preocupação não é à toa. É comprovado cientificamente que, quando um atleta não possui a mente fortalecida, alcançar o objetivo determinado se torna um desafio mais complicado e frustrante.
No caso da ansiedade, ela pode se manifestar de diversas maneiras pré-competição, seja pela incerteza do resultado ou o que esse resultado representa para equipe e para o atleta individualmente. E, por isso, é comum vermos atletas dizendo que não conseguiu dormir na noite anterior da partida, por exemplo.
“Um jogo importante, como a final da Copa do Brasil, pode gerar pensamentos e emoções que interferem diretamente no rendimento de uma equipe e também do jogador individualmente. Eu costumo dizer que, neste caso, o atleta enfrenta dois adversários, a equipe rival que estará ali dentro de campo e o rival interior, que é a autodúvida, sentimentos, distração, pensamentos e influências externas. E esse último é muito perigoso porque o sabote e o impede de desenvolver suas habilidades em plenitude em campo”, explicou.
Alguns sinais de fraqueza, segundo o estadunidense Bryant Cratty, podem ser percebidos nos atletas ansiosos, tais como: sudorese excessiva na palma das mãos, batimentos cardíacos acelerados, aumento na frequência, amplitude de tremores musculares e aumento no piscar dos olhos.
“Nos últimos anos, vemos a preocupação dos clubes nestes aspectos que ultrapassam o limite do treinamento físico, técnico e tático. O fortalecimento mental é fundamental neste processo e precisa ser encarado como um grande aliado. Quando o atleta consegue neutralizar essa carga emocional e zerar tais julgamentos internos, ele ganha consciência para detectar o que de fato está acontecendo, o que precisa ser feito e, assim, elevar a sua atividade esportiva”.
Agora, restam poucos dias. Palmeiras e Grêmio se enfrentam neste domingo, às 18h (horário de Brasília), no Allianz Parque. O primeiro confronto terminou com a vitória por 1 a 0 do Verdão, em Porto Alegre. Quem vai sair campeão?
