De Rosário para o mundo. Da glória no San Lorenzo para a necessidade de afirmação no Atlético de Madrid. De uma falta de motivos para sorrir na infância as conquistas na adolescência e fase adulta. A vida do atacante argentino Ángel Correa, dentro e fora do futebol, certamente pode ser resumida dessa forma.
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Entretanto, o que muitas pessoas ainda não sabiam era a maneira profunda e relevante que o próprio jogador do clube espanhol vê o esporte que o motivou a seguir a profissão. Algo que ele fez questão de traduzir em palavras em uma entrevista a coluna El Enganche, inserida dentro do site hermano Página12.
Perguntado sobre como via o futebol fazendo um paralelo do que recentemente declarou o avante Pablo Osvaldo sobre sua aposentadoria precoce, Correa abriu o coração de maneira ainda não vista.
“Para mim, pessoalmente, sempre foi um faro de alegria o futebol. Desde os 10 anos, quando perdi meu pai, se converteu em algo que me tirava de tudo que fazia mal. Depois que perdi meus dois irmãos (um deles vítima de suicídio), é o futebol que me faz esquecer disso. Cada vez que entro em campo para jogar me esqueço das perdas que tive e a única coisa que quero é me divertir com meus companheiros do Atleti ou com meus amigos em Rosario”, afirmou o argentino.
A respeito da primeira lembrança que traz do futebol, Ángel relembra um curioso caso onde foi “disputado” por duas categorias do mesmo clube:
“A primeira recordação que tenho é quando fui ao 6 de Mayo, o clube infantil que joguei sempre. Me lembro que o técnico da categoria (19)94 brigava com o da (19)95 porque minha mãe não levou meu documento e os dois queriam que eu jogasse para eles. O de 94 dizia que eu era de 94 e o de 95, que era de 95. Até a semana que a minha mãe levou o documento e souberam que eu era de 95. Sempre que me lembro disso dou risada.”
O jogador de 22 anos de idade hoje treinado por Diego Simeone também comentou a respeito de quando foi o momento que percebeu ser a “fonte de renda” de seus familiares:
“Me fui dando conta disso desde o dia em que pagava o meu representante e dava o salário inteiro a minha mãe para que tivéssemos o que comer. Eram mil ou mil e duzentos pesos (entre R$ 188 e R$ 225). Depois, sempre tive meu padrinho que cuidou de mim. Ele que comprava minhas chuteiras, minhas roupas, me obrigava a estudar. Por isso, sempre vou agradecer a ele.”