Há de se concordar que a convocação da Seleção Brasileira, via de regra, vai gerar discussões acaloradas e discordâncias das mais diversas, isso realmente é algo que não se pode negar antes de qualquer tipo de pontuação a respeito de nomes chamados para vestir a Amarelinha.
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Entretanto, a lista final montada pelo técnico Dunga para a Copa América Centenário nos apresentou um panorama que, apesar de incluir alguns valores bem interessantes e que podem ser julgados como promissores até para as próximas listas (estando ou não o atual treinador no cargo), possuem inclusões com caráter altamente duvidoso no que se refere a momento e até mesmo qualidade técnica do nível que deve exigir a Seleção.
Vamos a um detalhamento setor por setor:
Goleiros: Alisson (Internacional)
Diego Alves (Valencia – Espanha)
Éderson (Benfica – Portugal)
Além de Alisson e Diego Alves, dois bons goleiros e que tem qualidade para o gol brasileiro, acho precipitado convocar o Éderson na lista da equipe principal. Não seria o teste mais adequado chamar um atleta sub-23 no atual cenário conturbado que vive o técnico e pode correr o risco de acabar “queimando” um valor interessante da geração olímpica.
Zagueiros: Miranda (Inter de Milão – Itália)
Gil (Shandong Luneng – China)
Marquinhos (Paris Saint-Germain – França)
Rodrigo Caio (São Paulo)
Me tranquiliza as ausências de David Luiz e Thiago Silva, dois jogadores que, na minha opinião, não tem a força psicológica para atuarem em uma Seleção Brasileira. E também englobo Rodrigo Caio na mesma situação do goleiro Éderson com o agravante de que o acho bem mais rentável e eficiente como volante e não como zagueiro.
Laterais: Daniel Alves (Barcelona – Espanha)
Fabinho (Monaco – França)
Filipe Luis (Atlético de Madrid – Espanha)
Douglas Santos (Atlético-MG)
Em qualquer lista de laterais da Seleção Brasileira que não haja a presença daquele que é hoje um dos três melhores da posição no planeta e que atende pelo nome de Marcelo já tenho um fortíssimo apontamento contrário. A qualidade do camisa 12 do Real pode até ser discutida no plano defensivo, mas como criador de jogadas sua habilidade e criatividade é algo que não temos em qualquer outro atleta da posição.
P.S.: Gostaria de ver o Victor Ferraz ou mesmo o Marcos Rocha no lugar do Fabinho ou do Daniel Alves, atletas que já tiveram melhores chances e pouco as aproveitaram.
Volantes: Casemiro (Real Madrid – Espanha)
Luiz Gustavo (Wolfsburg – Alemanha)
Elias (Corinthians)
Apesar de surpreso positivamente com o chamado de Casemiro, que desde a chegada do Zidane no Real Madrid vem desempenhando um papel trivial no esquema tático da equipe, ou Luiz Gustavo ou Elias para mim estão sobrando nessa relação. Para não deixar um meio-campo mais “pesado”, seria adepto do chamado de Rafael Carioca
(Atlético-MG) no lugar de Luiz Gustavo, jogador que já merece desde 2015 uma chance com a Amarelinha.
Meias: Philippe Coutinho (Liverpool – Inglaterra)
Lucas Lima (Santos)
Willian (Chelsea – Inglaterra)
Rafinha (Barcelona – Espanha)
Douglas Costa (Bayern de Munique – Alemanha)
Renato Augusto (Beijing Gouan – China)
Talvez a maior inconsistência dessa lista esteja no chamado de Rafinha, um atleta que passou boa parte de 2015/2016 se recuperando de uma séria lesão no joelho. Ou seja, não se pode atribuir aos desempenhos seu chamado, afinal foram 89 minutos em campo nos últimos OITO meses.
Atacantes: Gabriel (Santos)
Ricardo Oliveira (Santos)
Hulk (Zenit – Rússia)
O setor com o menor número de jogadores porém com grandes interrogações. O Ricardo Oliveira de 2016 parece não ser tão eficiente como foi em 2015 mesmo a equipe do Santos tendo seu futebol mantido a característica altamente ofensiva e criadora de situações. Além das sérias restrições que tenho ao futebol do Hulk, não chamar Roberto Firmino (Liverpool – Inglaterra) e Jonas (Benfica – Portugal) nos seus atuais momentos é um erro.