A ‘última dança’ de Marta na Copa do Mundo e seu legado

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Foto: Loic Venance/AFP

Se Pelé foi o rei, Marta é a rainha. Não existem dúvidas: Marta é a maior jogadora de futebol de todos os tempos. E, nesta Copa do Mundo Feminina, que começa no dia 20 de julho, ela pode fazer mais história ainda.

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Nascida no interior de Alagoas, em 1986, a camisa 10 sempre teve um desejo: viver do futebol. Na cidade de Dois Riachos, onde cresceu ao lado da mãe e dos irmãos, nunca escondeu o desejo de vestir as chuteiras. Na escola, jogava com os meninos. Fora de campo, antes de engrenar no futebol, trabalhou como vendedora de roupas na feira local, mas, sempre que possível, dava um jeito de ir jogar bola depois.

Deu seus primeiros passos como profissional no futsal graças a Seu Tota, seu primeiro treinador. Seu Tota, inclusive, conseguiu fazer com que Marta jogasse um torneio na cidade de Santana de Ipanema, vizinha de onde ela morava. Porém, ela não conseguiu jogar por uma questão de regulamento. Por ser menina e uma das poucas, foi proibida de jogar com os meninos.

No futebol mesmo, começou cedo. Aos 14 anos, viajou sozinha para o Rio de Janeiro, com quase nada de dinheiro no bolso, para tentar um teste no Vasco e no Fluminense. Ficou cerca de três anos no Gigante da Colina, se despedindo em 2003, quando a equipe feminina do time carioca foi encerrada. No mesmo ano, migrou para o Santa Cruz, onde se destacou a ponto de conseguir sua primeira convocação para a Copa do Mundo naquele mesmo ano.

Em 2004, iniciou sua carreira internacional. Marta recebeu uma proposta do UMEA IK, da Suécia. Lá, jogou a Champions League Feminina, um dos maiores campeonatos da categoria no mundo. Nesse mesmo ano, teve uma excelente campanha nas Olimpíadas de Atenas.

Mal sabia a jogadora que quatro anos depois seria eleita a melhor do mundo. Antes disso, em 2007, se tornou ídolo no Brasil, graças aos Jogos Pan-Americanos, quando conquistou a medalha de ouro no Maracanã. Ali, a rainha do futebol se consagrava.

O prêmio de Melhor do Mundo chegou em 2008, quando fez história no Los Angeles Sol, na extinta Women’s Professional Soccer (WPS), sendo a artilheira da liga na época. Um ano antes, disputou a Copa do Mundo e levou o Brasil à segunda colocação.

Em 2015, viveu um dos momentos mais difíceis. Naquele ano, também em uma Copa do Mundo da categoria, o Brasil foi eliminado ainda nas oitavas de final da competição. Em 2019, disputou sua quinta edição, e lá se tornou a maior artilheira da história da competição. Ao todo, foram 17 gols em 20 partidas, mesmo com o Brasil sendo eliminado, novamente, nas oitavas de final.

Nesse meio-tempo, Marta passou por diversas equipes, incluindo o Santos, aqui no Brasil. Atualmente, joga nos Estados Unidos onde defende o Orlando Pride. A jogadora, inclusive, ultrapassou Pelé nos gols marcados com a camisa da Seleção, o que mostra ainda mais o peso de seu legado.

A evolução do futebol feminino durante a carreira de Marta

Se, nos seus primeiros passos, foi impedida de jogar um torneio por ser mulher, a evolução do futebol feminino andou lado a lado com a jogadora. Conquistando uma série de prêmios e sendo consagrada como a melhor do mundo, Marta mostrou das mais variadas formas que nem a falta de investimento na categoria foi capaz de detê-la. Vendo equipes sendo desfeitas e recebendo um salário muito abaixo dos jogadores homens, ela é um dos maiores exemplos de resiliência.

Claro, até mesmo nos treinamentos tudo mudou. Se antes treinava em sua cidade natal, com o tempo começou a ter contato com outras tecnologias e estratégias que antes eram vistas apenas no futebol masculino, como o uso de roupas de academia e equipamentos adequados para a prática.

Na Copa do Mundo Feminina deste ano, aos 37 anos de idade, Marta, muito provavelmente, está jogando sua última edição. Junto das outras atletas convocadas, a jogadora tem um objetivo: trazer o título inédito para o Brasil.

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