Domínio brasileiro na Libertadores pode durar por muito tempo

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Foto: Divulgação/Conmebol

A Copa Libertadores da América é o torneio mais importante do nosso continente, tendo seu início em 1960. Ele é organizado pela Confederação Sul-Americana de Futebol, mais conhecida como Conmebol. Se a imprevisibilidade era marca do torneio, hoje em dia as equipes brasileiras têm estado cada vez mais presentes nas fases principais dessa competição.

Se observarmos principalmente nesta 62ª edição podemos observar que na próxima fase de quartas de final, dentre as oito equipes envolvidas, quatro são brasileiras. Ou provavelmente cinco, se o Fluminense confirmar a vaga, o que é bem provável, já que o clube carioca ganhou de 2 a 0 do Cerro Porteño no Paraguai.

Com razão, as melhores casas de apostas dão como favoritas as equipes do país desde o começo da competição. Não é difícil chegar a essa conclusão agora, já que sobram somente três equipes estrangeiras que são o Olímpia do Paraguai, ganhador da Libertadores por três vezes, o poderoso River Plate da Argentina, que possui 4 títulos e o Barcelona de Guayaquil do Equador.

Por que será que a situação se alterou tão radicalmente? Onde estão as grandes equipes argentinas, uruguaias e colombianas, além de outras que podem não ter sido grandes campeãs, mas sempre foram grandes adversários das equipes brasileiras?

Para termos uma ideia da hegemonia do futebol brasileiro na Copa Libertadores da América, das últimas 10 edições, seis foram conquistadas por equipes nacionais. Não é difícil de entender o que tem acontecido no futebol do nosso continente; existem várias razões por trás dessa supremacia brasileira.

Grande parte dos clubes brasileiros, apesar de suas dívidas milionárias, com exceção do Flamengo e Palmeiras, continuam contratando e melhorando seus elencos.

Direitos de TV

Os valores praticados no mercado brasileiro, entre eles os direitos de transmissões da TV e os contratos de publicidade e patrocinadores, são imensamente superiores aos oferecidos, por exemplo, na Argentina e que poderia ser considerado o maior mercado fora do Brasil.

Segundo dados divulgados pela imprensa, os direitos de TV pagos somente na 1ª divisão do nosso futebol atingiram 1,052 bilhão de reais, enquanto na Argentina chegou a US$ 91 milhões, equivalente a R$470 milhões de reais na cotação de hoje.

Contratações

Com essa diferença brutal de receita, mesmo os clubes brasileiros mais endividados conseguem através de uma verdadeira ginástica financeira contratar grandes jogadores, técnicos nacionais de prestígio e até mesmo conhecidos jogadores e técnicos sul-americanos e de outros países.

A diferença populacional entre o Brasil e outros países do continente também fazem a diferença. O número de jogadores que surgem em nosso país é muito superior ao dos outros países.

Não só a diferença abismal de receitas entre o nosso futebol e de nossos vizinhos faz a diferença. A folha salarial também reflete a qualidade dos elencos. Podemos citar o Flamengo com uma folha salarial de R$ 20 milhões, o Atlético-MG com uma folha salarial de R$ 15 milhões e o Palmeiras com R$ 14 milhões de folha salarial.

No caso dos nossos vizinhos temos o Boca Juniors com uma folha girando em torno de R$ 8 milhões e o Olímpia com uma folha salarial de R$ 4 milhões.

As mudanças efetuadas pela Conmebol em 2016 também ajudaram a colocar tanto o Brasil como a Argentina em uma posição de destaque na competição.

A Conmebol naquela época resolveu estender o calendário da competição e aumentou o número de vagas que o Brasil possuía, indo de cinco, sendo que quatro delas eram através do Campeonato Brasileiro e uma destinada ao campeão da Copa do Brasil e desde então passou a contar com sete vagas.

É o mesmo caso dos argentinos que possuíam cinco vagas até 2016 e passaram a ter seis.

O Uruguai, um país que detinha uma força fantástica no futebol do nosso continente parece que desapareceu. Sua última façanha ocorreu em 2002 quando classificou três equipes para as oitavas de final. O Peñarol de 2011, que chegou na final da Libertadores contra o Santos, já não era aquele time que assustava.

Depois disso o máximo que conseguiu foi colocar dois clubes na fase eliminatória. Tanto o Peñarol como o Nacional de Montevidéu, não conseguem mais obter sucesso fora de suas fronteiras.

Tal como o Uruguai, a Colômbia deixou de ter protagonismo na competição, com o Atlético Nacional de 2016 sendo uma exceção à regra.
Observando até este momento a relação dos artilheiros da competição, é possível ver claramente a superioridade brasileira. Os quatro primeiros goleadores do ranking pertencem a clubes brasileiros sendo Borja, Hulk, Gabriel e Rony todos com 6 gols marcados. A superioridade é clara e não há razão para acreditar que algo irá mudar no curto prazo.

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