Coluna de José Calil: Perdeu de pouco

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Foto: Felipe Patiño/Flamengo

*Por José Calil

Sei que o torcedor do Corinthians está machucado, injuriado. Foi a maior goleada sofrida no estádio novo. Não é fácil. Mas o importante agora é manter a calma e ajudar na reconstrução do time. Criar mais tumulto num momento como esse só vai piorar as coisas.

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O jogo de ontem expôs o abismo existente entre um time milionário, organizado, que joga junto há dois anos como é o Flamengo e outro sem nenhuma organização, em condições físicas precárias, com um treinador trabalhando há apenas cinco dias no caso do Timão.

Tirar o time dessa situação demandará trabalho em várias frentes. E sem tempo para treinamento. O Corinthians de hoje nos lembra aquela antiga piada do brasileiro que foi morar nos EUA, ficou lá dois meses, esqueceu o português, não aprendeu o inglês e voltou mudo. O técnico que chegou no começo do ano conseguiu isso: o time esqueceu o jeito antigo de jogar, não aprendeu a maneira nova e hoje não joga nada.

Disse aqui na semana passada e repito: Vagner Mancini é experiente, conhece futebol, tem condições de erguer o moral e a condição técnica do grupo a níveis mais aceitáveis. Mas, para isso, ele tem que estar forte. Com cobranças, como se o técnico que hoje completa uma semana no cargo fosse culpado de alguma coisa, vai ficar muito difícil promover melhorias.

O goleiro Cássio é um capítulo à parte. Estão sendo muito injustos com ele desde aquele dia no aeroporto, quando chegaram a ameaçá-lo fisicamente. Isso não se faz. Cássio merece respeito dentro e fora do campo. É o titular indiscutível e, como tal, deve ser tratado. O depoimento dele logo após o jogo de ontem me fez lembrar Rivellino, Tevez, Edílson, Vampeta, Neto, Marcelinho e outros grandes ídolos que foram colocados para fora do clube por torcedores ingratos.

Repito: sei que não é fácil. Mas o único jeito de tirar o Corinthians dessa situação é trabalhando forte, com calma, paciência, sem atitudes intempestivas. Com tumulto, com política interferindo, com técnico fragilizado, com ídolos injustiçados, nós já sabemos como tudo vai acabar. E é isso que não se deseja.

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