A relação existente entre Lionel Messi e Fútbol Club Barcelona é visceral. Ela transcende o que estabelece um vínculo entre atleta e entidade em uma fusão onde as duas partes ganharam muito nas últimas duas décadas. Esportivamente, historicamente, financeiramente, passionalmente. A relação era linda como seus gols e dribles bem traduziam.
Leia mais: Exclusivo! Pessoas próximas a Felipão comentam sobre possível interesse do Bahia
Europa? Racing fez consulta para repatriar Marcos Acuña
Mas, assim como até nas melhores uniões, vieram crises. Desentendimentos. Decisões onde cada parte tomava um rumo de analisar as situações bem diferentes. Algo absolutamente normal para uma carreira profissional e, obviamente, para a existência de uma entidade centenária onde nomes vem e vão assim como as suas formas de governar um patrimônio tão vasto.
Porém, a conta chegou em agosto. Mais precisamente, na forma de um burofax que balançou as estruturas da Catalunha. Ou melhor, de toda a Espanha. Ou seria de todo um planeta, atônito com a chance de ver o ET se tornar mais distante do Barcelona do que os extraterrestres do contato com os humanos.
Dias de mistério, especulações, informações diversas e o ambiente se torna nebuloso, fora de tom, incerto. Veríamos a história se materializar diante de nossos olhos com Messi fora de onde achávamos, por vezes, que ele tinha praticamente nascido?
O dia 4 de setembro de 2020 veio para dirimir as dúvidas sobre esse aspecto com o mesmo dizendo que fica. Porém, não em termos confortáveis ou mesmo de um “mal entendido resolvido”. Pelo contrário, a sensação de descontentamento ficou explícita em suas respostas. Quase como um atestado de que se sentiu, de certa forma, traído por quem está atualmente como tomador de decisões.
É evidente que Leo não está revoltado com o Barcelona entidade. Existe “muito amor envolvido”, para usar uma expressão mais nova. Ali foi onde desabrochou, se criou, alimentou os sonhos e abasteceu os corações de milhões de torcedores de alegria.
A decepção parece ser direcionada. Voltada para a figura de Josep María Bartomeu, figura a qual nunca “morreu de amores”, mas tampouco havia expressado com tamanha latência o seu descontentamento. Aquele para quem teria confidenciado seu desejo de sair ao longo do ano, teria ouvido que poderia o fazer no fim da temporada e, por fim, não conseguiu com a naturalidade projetada.
O futuro é difícil de se prever naturalmente por inúmeros aspectos. Pensando no mundo do futebol, sua rotatividade e seu intenso grau de paixão, os elementos se tornam complicadores adicionais. Mas, avaliando com o conteúdo em mãos, Messi foi emoção, Barcelona foi razão e tudo foi muito mal. Seja mal tratado como mal resolvido.