Apesar de ser uma data toda especial muito mais para um clube europeu, no caso o Real Madrid (Espanha), dois latinos cravaram suas respectivas presenças em uma época tão remota que o título da Liga dos Campeões da temporada 1955/1956 que tem seus 60 anos celebrados nesse 13 de junho tem em parte a colaboração de dois argentinos.
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O elenco era absolutamente habitado por espanhóis e formavam a fortíssima base merengue que, dentre os seus talentos, ainda tinha um jovem de apenas 22 anos e que teria muita história a fazer ainda no futebol, Paco Gento. E, em meio a tantos naturais do Velho Continente, o meia-atacante Roque Olsen e o mítico avante Alfredo Di Stéfano eram os “intrusos” latinos.
Na oportunidade, o torneio ainda era disputado com o nome de Taça dos Campeões e apenas quatro fases eliminatórias. Passando por Servette (Suíça), Partizan (Sérvia) e Milan (Itália) nas fases anteriores, a conquista da primeira dos 11 troféus obtidos na história do torneio chegou com mais uma vitória, dessa vez sobre o Reims (França) por 4 a 3 no estádio Parque dos Príncipes, em Paris.
Revelado no final da década de 40 pelo Patronato, Olsen chegou a jogar ainda por Tigre e Racing em solo argentino antes de, a partir da temporada 1950/51, construir uma história vitoriosa pela equipe de Madri. Em 113 jogos, o meia que jogou até o ano de 1957 em solo madrilenho antes de se transferir para o Córdoba (onde encerrou a carreira) marcou 58 gols e conquistou, além da Champions, três títulos do campeonato espanhol.
Após encerrar sua trajetória futebolística dentro dos gramados, Roque Olsen chegou a ser treinador de diversas equipes na Espanha e inclusive do maior rival Merengue, o Barcelona. Em 1992, enquanto dirigia o Las Palmas, ele precisou se afastar do clube por problemas de saúde sendo que, no mesmo ano, veio a falecer vítima de câncer nos ossos.
Ainda mais marcante dentro da história madrilenha foi a passagem de Di Stéfano, atacante que até mesmo é capaz de dividir as opiniões de alguns argentinos a respeito da real idolatria local não ser outorgada a ele tal como é com Diego Maradona ou Lionel Messi, na atualidade.
Com uma habilidade incrível e um faro de gol absolutamente fora do normal, Alfredo colecionou diversas conquistas em meio as 392 aparições e 305 gols marcados com a camisa branca, sendo mais precisamente cinco Ligas dos Campeões, oito campeonatos espanhóis, uma Copa do Rei e um Mundial de Clubes, goleando o Peñarol por 5 a 1 em 1960.
Após sofrer um infarto e ter um histórico de problemas de saúde, a internação em julho de 2014 foi a sua última, falecendo apenas três dias após a sua entrada no hospital Gregorio Marañon, na cidade de Madri.