Em meio as voltas que o mundo do futebol é capaz de dar, o nome que vem sendo especulado pela imprensa da Catalunha para assumir o comando técnico do Barcelona é justamente aquele que já falou, em mais de uma oportunidade, que jamais aceitaria esse posto: o argentino Maurício Pochettino.
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Tendo passado como jogador e treinador pelo rival local do Barça, o Espanyol, ele sempre deixou bastante explícito que não via com bons olhos a ideia de defender as cores da outra equipe catalã. Chegando, inclusive, a falar sobre “discordância de valores”.
“A nível familiar e pessoal, o que sou, sou graças ao Espanyol. É mais que um clube. Não me identifico com os valores do Barcelona, sou uma pessoa aberta que cheguei da Argentina, sou argentino e tenho passaporte espanhol. Me sinto muito bem na Catalunha e em Barcelona, que já é a minha cidade. Mas cresci com valores totalmente diferentes”, disse em dezembro de 2017 ao programa de TV espanhol Chiringuito.
A sua certeza em não dirigir o Barcelona era tamanha que, em outra entrevista dada também em 2017, Pochettino chegou a dizer que o compatriota Lionel Messi também teria seu pensamento caso tivesse ido parar na base do Espanyol ao invés de La Masia. Algo que se tornou ainda mais intenso quando, um ano depois, ele falou que chegaria a voltar a trabalhar em sua granja na Argentina se tivesse de trabalhar nos culés:
“Nunca vou ser treinador do Barcelona ou do Arsenal porque estou muito ligado ao Espanyol e ao Tottenham. Eu cresci no Newell’s Old Boys e nunca vou treinar o Rosario Central. Prefiro trabalhar na minha granja, na Argentina, antes de treinar certos clubes.”
Entretanto, em meio ao aumento das possibilidades de que o treinador sul-americano acabe fazendo o oposto do que reiterou, a última reflexão sobre suas frases anteriores, de acordo com palavras captadas pelo jornal El País, foram extremamente mais amenas. Admitindo, inclusive, que chegou a se encontrar com o presidente do Barcelona, Josep Bartomeu, e que tem arrependimento de suas afirmações prévias:
“É preciso explicar bem. Estive em Barcelona este ano e me encontrei com Bartomeu em um bar. Nos saudamos porque levávamos os filhos ao mesm colégio e batemos papo por uns cinco minutos. Isso gerou um rumor que alarmou a todos porque haviam mais equipes que nos queriam (ele e sua comissão técnica) e, quando me perguntaram, quis afastar a chance de forma drástica; não quis faltar respeito com o Barcelona. Podem se dizer coisas de formas diferentes. O Espanyol me deu um nome. Mas não sou arrogante e não gostei de fazer uma declaração como essa. Talvez agora não faria porque, na vida, nunca se sabe o que acontecerá.”
