Brasileiros que atuam na MLS fazem longo relato sobre o coronavírus

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Foto: Divulgação

A necessidade de se estabelecer a quarentena social para se proteger do Covid-19 é uma realidade que assola todo o planeta e em especial as localidades que demonstram os números mais alarmantes como é o caso dos Estados Unidos. Na última atualização pensando em toda a nação, são 640 mil infectados e 28,4 mil vítimas fatais.

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Pensando em coletar um relato mais próximo do que está sendo viver essa realidade, o jornal O Estado de S. Paulo entrevistou os meio-campistas Everton Luiz (Real Salt Lake) e Artur (Columbus Crew) além do atacante Heber (New York City) para que eles passassem as suas impressões dos arredores e também as suas atividades de distração em meio a tensão do momento.

“Nós perdemos totalmente a rotina. Estou em Nova York, treinando em casa, mas estou bem e saudável. Nosso último jogo foi contra o Tigres, do México (no dia 11 de março), e depois disso já não tivemos mais treinos nem partidas. Tudo está travado. Saio pouco de casa e vou no máximo até o mercado. Para me distrair, comprei uma esteira e passo o meu tempo cozinhando. Quando saio de casa, vou de máscara e luvas. Aproveito para curtir as lives feitas no Brasil de música sertaneja. Isso ajuda bastante a relaxar. Falo sempre com meus pais, que têm mais de 70 anos. Ainda bem que eles estão quietinhos em uma chácara em Vilhena (RO). Passam o tempo pescando. Apesar do local onde moro ser uma região bastante afetada pela pandemia, perto da minha casa não tenho problemas de abastecimento. Frutas e legumes você encontra aos montes. Só material de limpeza está em falta algumas vezes. Procuro ir ao mercado uma vez por semana e compro online de mercados brasileiros produtos como feijão ou carne especial para preparar”, disse Heber.

“Os dias estão sendo bem difíceis por aqui. Estamos em quarentena há quase um mês e saindo apenas para comprar as coisas que são realmente necessárias. Além disso, estamos tendo todo cuidado e proteção, usando máscaras, luvas, cumprindo o distanciamento de dois metros de outras pessoas e sempre passando álcool em gel nas mãos. As coisas estão bem estranhas. As pessoas daqui estão com medo. Medo de morrer. Além de tudo o que está acontecendo, a cidade ainda sofreu com alguns terremotos recentemente e ninguém aqui de casa tinha passado por alguma coisa parecida. Ficamos muito assustados. Minha mulher se preocupou em manter o isolamento logo que os casos começaram a aumentar. Ela comunicou a escola que as crianças já estariam entrando em quarentena antes mesmo de fecharem. Desde o começo nos preocupamos em falar para meus filhos o que está acontecendo, sem alarme. Infelizmente, o pai de uma amiga de infância da minha mulher morreu por causa do coronavírus. No começo, minha mulher e eu estávamos bem assustados, principalmente por ser tudo muito novo para todos nós”, avaliou Everton.

“A quarentena mudou a vida de todo mundo. Vários comércios fechados e muita gente sem renda, o que preocupa. A movimentação em supermercado é muito grande. A coisa toda assustou muita gente. Leio notícias e vejo que alguns Estados estão piores do que aqui. O governador do Estado (Mike DeWine) tomou atitude rápida e as coisas estão bem mais tranquilas. Ele já fechou comércio, escola e tentou evitar ao máximo a aglomeração. Felizmente, não conheço ninguém aqui em Ohio que tenha pego coronavírus. O clube tem tomado todas as medidas para ajudar a gente. Temos conversado por chamada de vídeo e eles passam instruções do que fazer para todo o elenco e nos atualiza sobre a situação do país e do campeonato. Ainda não temos prazo para voltar a treinar nem jogar. Tinham falado que o campeonato voltaria dia 10 de maio, mas acho pouco provável. Não temos de ter pressa. O esporte fica em um segundo momento agora”, pontuou Artur.

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