*Por Mariana Pereira – Colaboradora do Futebol Latino
O ano de 2016 tem tudo para ser esquecido pelo Colo-Colo, pelo menos o primeiro semestre. Maior vencedor dos dois principais campeonatos do Chile (Copa Chile e campeonato chileno), o Cacique vive uma crise difícil de ser digerida.
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Tudo começou bem. Campeão do Apertura em 2015, classificação para Libertadores de 2016 e bora trabalhar para conquistar mais canecos. Porém, o desempenho na competição continental não foi dos melhores. Somente duas vitórias em seis jogos, nove pontos acumulados e a não classificação diante de um time de pouca expressão, o Independiente del Valle, em um empate sem gols no Monumental.
As entrevistas pós-jogo já davam indícios de que o clima interno não era dos melhores. O lateral-esquerdo Jean Beausejour declarou que “Se não pudemos vencer o Independiente del Valle no Monumental, não merecíamos avançar para a segunda fase.” A diretoria passou panos quentes e, contrariando torcedores e até jogadores, resolveu manter o técnico José Luis Sierra.
Vida que segue e foco voltado ao Clausura. No torneio nacional as coisas funcionavam bem. Em 6 de março, o time batia o Universidad Católica por 3 a 0 e chegava à liderança da competição. Mas, a névoa cinza voltou a se fazer presente e a equipe de Santiago emendou uma série de cinco jogos sem vencer, totalizando 45 dias sem sentir o gosto da vitória. Consequência? Novas declarações polêmicas.
“Para ser honesto, esta é a crônica de uma morte anunciada e não fizeram nada sobre isso, infelizmente”, disse o lateral-direito, Julio Barroso, após um dos jogos perdidos pelo Colo-Colo. Enquanto nada funcionava deste lado de cá, o Universidad Católica se aproveitava do mau momento do rival e deslanchava no campeonato. Como resultado, tomou a liderança, somou 29 pontos – um a mais que o Cacique – e ficou com o Clausura.
Na soma dos pontos gerais (entre Apertura e Clausura), mais um objetivo ia pelo ralo, a Supercopa. O Universidad do Chile já estava garantido quando eliminou o próprio Colo-Colo em dezembro de 2015 na final da Copa do Chile. A outra vaga foi decidida com o término do torneio nacional. Empatados com a mesma pontuação final, 61, o saldo de gols colocou o Universidad Católica como o outro finalista. Foram 26 gols a favor contra 18 do Colo-Colo.
Sem chegar às suas principais metas de 2016 (Libertadores e Supercopa), atletas e comissão técnica iniciam uma nova pré-temporada no próximo dia 31. Mudanças devem acontecer, até porque o clube segue sem um gerente de futebol. Um dos nomes cotados para a posição é do ex-zagueiro, cria da casa, Pablo Contreras.
À uma rádio local, o atleta olímpico, medalha de bronze em Sydney em 2000, se disse preparado caso seja o escolhido para a função. “Espero com meus estudos de dois anos na Espanha ajudar a equipe mais popular do país e da América do Sul. Quero resgatar o Colo-Colo dos últimos tempos”, afirmou o dirigente.
Quanto ao elenco, Sierra não se importaria em liberar o lateral Julio Barroso e os meias Jaime Valdes e Esteban Pavez. Mas já disse que quer um camisa 10 para jogar com Esteban Paredes e outros quatro reforços. Com todas essas mudanças para digerir, resta saber se o Cacique de Santiago vai conseguir reverter o péssimo começo de 2016.