*Por Juliano Rangel
A ligação entre o futebol e o futebol americano para um argentino de 43 anos é bem forte e lhe representou um grande feito: ser o único sul-americano campeão da Super Bowl. Neste domingo (03), dia em que New England Patriots e Los Angeles Rams disputam a 53ª final da National Football League (NFL), o Futebol Latino conta a história do hermano de coração Xeneize.
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Nascido em Buenos Aires, em 1975, Martín Turpentine Gramática viveu uma parte de sua infância na cidade de San Isidro, na região metropolitana da capital argentina. Garoto que adorava brincar com uma bola, nunca escondeu sua paixão pelo Boca Juniors e sua admiração por Diego Armando Maradona.
Com nove anos, mudou para os Estados Unidos com a família e lá conheceu o futebol americano. “Joguei futebol toda a minha vida, cheguei por uma casualidade ao futebol americano. Estava em Necaxa e me pediram para ser o chutador de um colégio, para ajudá-los. Queria ter uma bolsa de estudos e eles me deram. No princípio não gostava, não me agradava usar as roupas e os equipamentos. Não sabia as regras. Foi tudo muito raro, por sorte fui bem”, destacou Gramática em uma entrevista ao Diário Olé.
Já caminhando para a fase adulta, iniciou seus estudos na Universidade do Kansas. Foi na instituição que o argentino aperfeiçoou seu potente chute da época do futebol para no “football”. Vestindo a camisa 10, se tornou um dos melhores na posição Kicker (jogador que executa os chutes em longas distâncias), recebendo inclusive o prêmio de melhor da temporada universitária, e anotou um ponto com o chute da maior distância já registrada na história da liga.
Em 1999 foi escolhido no draft pela equipe do Tampa Bay Buccaneers. Na NFL não deixou de lado a vibração parecida com a de Maradona, principalmente ao comemorar seus field goals (pontos após chutes), o que lhe deu a fama celebrar como se fossem gols na marcados na La Bombonera.
Em 2003, disputou o jogo das estrelas da NFL e chegou com a franquia ao Super Bowl para enfrentar o Oakland Raiders. Com uma vitória de 48 a 21, Gramática marcou 12 pontos e se tornou o primeiro e até hoje único sul-americano campeão da NFL. Na oportunidade ele expressou toda a emoção após conquistar o título. “Isso é para todos os filhos da p… que não confiaram em nós”, esbravejou o hermano.
O argentino ainda atuou pelas franquias de Indianápolis Colts (2004-2006), Dallas Cowboys (2006-2007) e New Orleans Saints (2007-2009), até se aposentar por conta das recorrentes lesões.
Coração Xeneize e a vida em Tampa
Em uma entrevista, Gramática relembrou os tempos do futebol americano na universidade. “Sonhava em ser uma estrela como El Pibe”. O amor pelo Boca Juniors também segue vivo e foi passado para seus três filhos.
Em 2015, o argentino levou dois deles para uma sessão de treinamentos do clube nos Estados Unidos. O trio conheceu os jogadores, a comissão técnica, e posaram para algumas fotos. “Toda vida fui torcedor do Boca, e estar perto dos jogadores é espetacular. Queria que meus filhos os conhecessem. Foram fenômenos, igual a última vez que os vi”, destacou Gramática na época para o Diário Olé.
#PretemporadaBoca | Martín Gramática, primer argentino en jugar en la NFL, estuvo en la práctica de esta mañana en el @IMGAcademy. pic.twitter.com/NSWyE2E2de
— Boca Jrs. Oficial (@BocaJrsOficial) July 12, 2018
#BocaEnUsa Martín Gramática, argentino, ex jugador de fútbol americano junto al plantel de Boca, en el ensayo de hoy. pic.twitter.com/rwM3Ro9Zjr
— Boca Jrs. Oficial (@BocaJrsOficial) June 24, 2015
Atualmente ele vive com seus três filhos na cidade Tampa, na Flórida, onde é proprietário de uma empresa de casas fabricadas, junto com seus dois irmãos que também tentaram a carreira no futebol americano