Foi com o tom de sofrimento e emoção que se imaginava de um Superclássico do tamanho de uma decisão de Copa Libertadores. Melhor para o River Plate que, após um primeiro tempo de desvantagem em todos os sentidos, soube de recuperar, transformar o 0 x 1 em 3 x 1 favorável para levar o título da competição continental.
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Primeiro tempo
O que era esperado foi entregue pelas duas equipes nos minutos iniciais da primeira etapa em relação a um duelo mais travado, com poucos espaços para troca de passes e muitas chegadas mais fortes da marcação tanto do River como do Boca.
Enquanto o Millonario optava por ter uma postura de reter mais a bola e aplicar maior paciência para buscar espaços, o time Xeneize era mais objetivo, usando a velocidade pelos lados e tocando rapidamente tentando principalmente acionar Cristian Pavón que caia pela banda esquerda do ataque.
Dentro dessa postura, foi o time de Guillermo Barros Schelotto que conseguiu levar mais perigo ofensivo em, pelo menos, duas oportunidades claras.
Enquanto Pablo Pérez pegou o rebote da zaga adversária para acertar um voleio defendido providencialmente pelo goleiro Armani, o mesmo camisa 8 teve sobra em cobrança de falta executada por Benedetto e, ao chutar, viu a bola raspar a cabeça de Nández após desvio em Maidana.
Quis o destino que, depois de uma falha dupla da zaga boquense onde o River não aproveitou graças a intervenção de Buffarini e um passe errado no ataque Millonario de Pity Martínez, um contra-ataque letal abrisse a conta no Santiago Bernabéu. Em lindo passe de Nández já aos 44, Benedetto deu um toque sutil para tirar Maidana da jogada e outro tapa com categoria para tirar Armani do lance, 1 a 0 Boca Juniors.
Segundo tempo
A intensidade nos lances em que o River alcançava o ataque já foi diferente desde o segundo minuto quando Lucas Pratto fez o trabalho de pivô e Nacho Fernández bateu de fora da área levando real perigo a Andrada pela primeira vez no jogo.
Diferente do que ocorria na etapa inicial, os contra-ataques do Boca não funcionavam e, pelo menos nos 20 minutos iniciais, não apresentou qualquer opção para sair jogando e desvencilhar-se da posse de bola sempre em volta da sua área.
E, aos 22 minutos, quem novamente estava melhor na partida conseguiu transformar seu poderio em gol. Após grande tabela de Exequiel Palacios e Nacho Fernández aos 23 minutos, Palacios tocou pro meio da área e Lucas Pratto foi preciso, batendo forte de pé direito, deixando a decisão igualada em Madri.
O duelo, depois disso, ganhou um absoluto clima de tensão com a consciência dos dois lados em relação a possibilidade de que, tendo mais um tento para qualquer lado, a situação estaria praticamente resolvida.
Com isso, o nervosismo voltou a ganhar bastante espaço no confronto e a final da Copa Libertadores foi igualada para a prorrogação.
Prorrogação
Com apenas um minuto decorrido, Barrios acabou sendo expulso após falta em Palacios e deixou o Boca com um a menos e a situação “a mercê” da iniciativa riverista com a vantagem numérica.
A pressão, tendo a posse de bola, mais espaços para trabalhar e encontrando um time Xeneize bem mais desgastado fisicamente, passou a ser concentrado essencialmente no ataque do Millonario.
Após trabalhar bem a bola, o gol da virada chegou aos três minutos já do segundo tempo da prorrogação quando Juan Fernando Quintero acertou um petardo de fora da área e viu a bola beliscar o travessão de Andrada e estufar as redes do time Xeneize.
O jogo passou a ser disputado muito mais no coração do Boca e na tentativa do River em aproveitar o desespero do adversário e a lesão de Gago, ficando com nove jogadores, para definir o confronto.
E, depois de bola tirada na zaga riverista com Andrada tentando cabecear na área adversária, o contra-ataque sem qualquer defensor do time Azul y Oro encontrou Pity Martínez correndo o campo todo e tocou para as redes consagrando o tetracampeonato do River Plate.