*Por Agência Conversion
O governo argentino precisou ir a público desmentir o boato de que o país havia abandonado a candidatura conjunta com Uruguai e Paraguai para organizar a Copa do Mundo de 2030. “De maneira alguma vamos deixar de organizar o Mundial, que será motivo de festa pelo centenário da primeira Copa”, disse Iván Pavlovsky, porta-voz da Casa Rosada.
Leia mais: Após clássico, Neymar critica comportamento da torcida do Olympique
Ex-atacante do Paysandu se destaca no futebol da China
Além dele, o responsável pelo Comitê Organizador Local da Copa de 2030, Fernando Marín, também desmentiu a informação. “Não há fundamento nisso: Os governos da Argentina, do Uruguai e do Paraguai ratificam a candidatura para o Mundial. O espírito e o compromisso que os presidentes de nossos países assumiram está vigente”, vociferou.
A notícia foi publicada inicialmente pelo portal Doble Amarilla, que afirmou que, diante da crise econômica que o país atravessa há meses, o presidente Maurício Macri havia decidido deixar a candidatura de lado. “Não haverá um anúncio, mas essa ideia não ocorre mais ao governo. Vão deixá-la morrer e já se definiu até não participar de uma série de eventos que estavam planejados”, disse o site.
No Uruguai, ao contrário, o projeto segue a todo vapor: Nesta semana, a agência de notícias espanhola Efe publicou uma reportagem sobre um projeto de remodelação do estádio Centenário, em Montevidéu, que sobreviveu às chamadas de apresentação de planos para a Copa de 2030.
Elaborado pelos arquitetos uruguaios Roberto Santomauro e Javier Olazcoaga e com um custo estimado entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões (R$ 372 mi e R$ 558 mi, respectivamente), a ideia é reformar o Centenário sem modificar seu projeto original, que é um cartão-postal da cidade e tem uma imagem histórica para os uruguaios – foi ali que o Uruguai ganhou a Copa de 1930 e que a seleção local manda suas partidas mais importantes.
“Essa obra tem complexidade e desafio, porque trata-se de um monumento do futebol mundial. Entendemos que ele tem uma espacialidade que não se encontra em outros estádios, o que vale muito para nós: Tanto como uruguaios como sendo arquitetos”, disse Santomauro.
“Não somos favoráveis a colocar o Centenário abaixo. Há uma série de opções, que vão desde uma mudança radical até o que estamos propondo. Demoli-lo seria um ato de barbárie”, continuou Olazcoaga. Para os arquitetos, porém, necessidades estruturais, como uma grande bomba de água, saídas de emergência sinalizadas e lugares mais afastados uns dos outros, terão que estar no pacote do novo estádio.
Concorrentes
Em setembro, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, ouviu do presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, a ideia do país em receber um grande evento de futebol nos próximos anos: a Eurocopa de 2028 ou a Copa do Mundo de 2030.
O mandatário italiano foi a Madri para se encontrar com o político e com o presidente da Real Federación Española de Fútbol (RFEF), Luis Rubiales, dias antes da FIFA anunciar que a Alemanha vai sediar o torneio europeu de 2024. A Espanha não recebe um evento deste porte desde o Mundial de 1982, em que a Itália se sagrou campeã.
A revista estadunidense Forbes publicou no final de setembro que a candidatura mais forte contra a proposta sul-americana ganhou mais um aliado: A Irlanda anunciou que se juntará a Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda do Norte no projeto de receber o Mundial daqui 12 anos.
A Inglaterra brigou com a Rússia pela Copa de 2018 apesar de, segundo a Forbes, ter apresentado estrutura melhor. No entanto, com a decisão da América do Norte receber o Mundial de 2026, os britânicos acreditam que podem ter maior sucesso em levar o evento para a Europa Ocidental em 2030. A próxima Copa, em 2022, será no Catar.
O presidente da UEFA, o esloveno Aleksander Seferin, já afirmou que a Europa precisará ter uma candidatura única para 2030, e prometeu ajudar na proposta britânica.
No ano passado, o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, sugeriu que seu país estava disposto a receber o Mundial de 2030 ao lado da Coreia do Norte e de outros países da Ásia, como parte dos processos de paz entre os dois países da península coreana e do Sudeste Asiático.
A FIFA ainda não divulgou a data em que pretende anunciar a sede da Copa de 2030, mas a imprensa internacional prevê que a entidade máxima do futebol se pronunciará sobre o assunto até o ano que vem.