Desde já é preciso considerar: Não é privilégio do Uruguai, mas seu caso salta aos olhos. Quer queira ou não, é uma situação que se torna bastante emblemática haja visto também a grande campanha feita pela Celeste na Copa do Mundo na Rússia.
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Na noite de ontem (26), a timidez e falta de ideias mostrada pelo Peñarol contra o Atlético-PR pela Copa Sul-Americana assusta mediante a grandeza e imponência habitual do futebol charrua mesmo jogando como visitante. Uma coisa é ter postura mais precavida, cuidadosa, outra é simplesmente quase apelar a providência divina para acelerar o tempo e o duelo se encerrar o mais rápido possível.
O retrato fidedigno dessa situação são as palavras do famoso jornal Ovación quando sentencia: “Outra vez (o Peñarol) deixou muito a desejar e diante de uma equipe que não é de primeira linha, apesar de ser brasileira. Esse certame, mais adiante, vai ter rivais de outra categoria. Não fosse por Dawson, a série ontem poderia ter sido sentenciada.”
Do lado do seu arquirrival, um 0 a 0 bastante modorrento com o Nacional deixando de assumir o protagonismo contra o Sol de América mesmo sendo a equipe mais tradicional da chave. De novo caímos onde? No temor do pior sendo “sufocante” ao ponto de impedir uma postura mais corajosa de um clube que vive sérios problemas políticos.
O retrato dessa realidade, aliás, é antigo. Desde 1988 o país não sabe o que é ter um campeão de Libertadores e jamais conquistou a Copa Sul-Americana. Pior que isso, jamais sequer chegou a uma decisão do torneio onde Peñarol e Nacional seguem “vivos”, tendo no máximo duas semifinais: Em 2002 com o Bolso e, em 2009, com o River Plate.
Sabemos que a realidade financeira dos clubes sul-americanos é difícil, que segurar atletas mediante o assédio do exterior (não mais apenas da Europa) é cada vez mais complicado, que as federações nacionais não dão a devida atenção a seus clubes… tudo isso é sabido.
No entanto, a mentalidade de grandeza, nesse caso do Uruguai, é algo que precisa ser intangível. Uma entidade só se faz respeitada quando dá seguidas provas de ser digna de respeito.
Defender não é o problema e, historicamente, os uruguaios deram uma aula nesse sentido de como aliar a defesa a eficiência no ataque. O problema é SÓ fazer isso, algo que cria uma latente e preocupante distância entre resultados dos clubes e da seleção do Uruguai.