*Por Mônica Alvernaz – Colaboradora do Futebol Latino
O dia 17/12 não é uma data qualquer para o torcedor alvinegro. Nesse dia, em 1995, o clube conquistava o Campeonato Brasileiro com uma equipe que até hoje é lembrada com muito carinho pelos botafoguenses.
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O ano começou com reforços como Leandro Ávila, Gonçalves e Donizete. O Pantera chegou para fazer dupla com Túlio Maravilha, contratado no ano anterior, e juntos foram responsáveis por momentos memoráveis com a camisa alvinegra. Para comandar a equipe, o técnico Paulo Autuori, que na época não era muito conhecido no Brasil.
Com o início do Brasileirão 95, a torcida alvinegra presenciou um primeiro turno morno, cenário que mudou radicalmente na etapa seguinte. Após terminar o segundo turno em primeiro lugar, o Glorioso garantiu um lugar na semifinal contra o Cruzeiro tendo a vantagem do empate, o que foi administrado nos jogos de ida e volta com placares de 1 x 1 e 0 x 0, garantindo a vaga na final da competição.
O adversário na final foi o Santos, que vinha embalado após vitória memorável sobre o Fluminense por 5 x 2, onde conseguiu reverter o resultado do primeiro jogo em que o tricolor carioca ganhou por 4×1. O alvinegro de São Paulo não ganhava um título desde 1984 e deu como certa a conquista após o feito na semifinal.
No entanto, o que se desenhou foi bem diferente do que esperavam os torcedores do Peixe.
O Botafogo fez o dever de casa e garantiu a vitória no primeiro jogo, realizado no Maracanã, vencendo por 2 x 1. Na partida de volta, embora os santistas se mantivessem confiantes, o Botafogo, liderado por Túlio Maravilha e que deixou sua marca no jogo, garantiu o empate de 1 x 1 e, assim, o título da competição.
Uma geração de apaixonados
O título de 95 não foi apenas mais uma conquista na história do alvinegro carioca. A conquista do campeonato e os jogadores do elenco da época, em especial Túlio Maravilha, foram responsáveis pelo início de uma nova geração de botafoguenses.
Hoje com quase 30 anos, as crianças, na época, têm no título de 95 um marco na memória e, para alguns, o início de sua história enquanto torcedor do clube. Muitos tem o Túlio como ídolo.
É o caso de Gustavo Barreto, torcedor do clube desde criança. O alvinegro de 27 anos deu seu depoimento sobre o título e como Túlio virou um ídolo pra ele:
“Aquele ano de 1995 foi o último onde acompanhei o futebol ‘com os olhos de uma criança’, sem saber direito o que era tática, nem mesmo impedimento. Nessa fase é onde se cristalizam os grandes heróis, que se fundem com a relação criada com o clube. E eu nem preciso falar que o rapaz desengonçado com a camisa 7 ocupou essa posição em minha trajetória. Túlio Maravilha era o cara que prometia e realizava (me lembro de ouvir no rádio o 8 x 0 que o Botafogo fez contra o América, ainda no campeonato carioca daquele ano), que eu acreditava que ficaria para sempre no Botafogo, liderando os títulos em 96, 97, 98 e daí em diante. No final das contas, creio que todo o torcedor ainda mantenha sua versão infantil na hora que acompanha o seu time. Quando ele acha que aquele jogador que rodou o mundo sem grandes sucessos ou o garoto da base que estreia metendo dois gols vão ser, indubitavelmente, grandes ídolos do clube; ou quando ele acredita que aos 45 do segundo tempo, seu time fará os dois gols que lhe darão a vitória. E, satisfazer essas premonições infantis, é um dos grandes prazeres de se acompanhar o futebol. De toda a forma o Túlio foi o meu primeiro ídolo e aquele título foi um grande marco do meu casamento com a estrela solitária. Valeu Túlio!”
A base do time campeão em 95 era formada por: Wagner, Wilson Goiano, Gottardo, Gonçalves, André Silva, Jamir, Leandro Ávila, Beto, Sérgio Manuel, Donizete Pantera e Túlio Maravilha.
A equipe chegou ao título após 14 vitórias conquistadas e 46 gols marcados na fase de pontos corridos e vitórias sobre Cruzeiro e Santos nas partidas decisivas, marcando uma geração de torcedores e fazendo parte da história de conquistas do alvinegro carioca.
