Em reunião, dirigentes definem o futuro do futebol na Argentina

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*Alex Dias de Souza

Os principais líderes do futebol argentino realizaram uma Assembleia para estabelecer alguns pontos que irão determinar o futuro de curto, médio e longo prazo do futebol nacional.

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Entre os pontos discutidos, está o aviso de encerramento do Futebol para Todos (programa criado pelo Governo argentino da gestão Kirchner, que transmitia jogos do campeonato local e acabou oficialmente no início deste ano de 2017), a data de novas eleições, a reforma do estatuto, entre outros pontos, estiveram em pauta na reunião também.

Finalmente, após longas discussões, a data das eleições na AFA, foi determinada. Desde a saída de Luis Segura, que foi acusado por autoridades do país de crime de gestão fraudulenta dos recursos públicos, a AFA não tinha uma autoridade fixa no comando.

Na época, com o escândalo envolvendo Luis Segura, a AFA ficou sobre influência do governo argentino, e para evitar uma punição ao futebol do país no cenário internacional, como a exclusão de competições, já que as federações e associações ligadas à Fifa não podem sofrer influência ou gestão de governos, a intervenção da Fifa foi uma solução encontrada e negociada entre o presidente da entidade máxima do futebol, Gianni Infantino, e o presidente da Argentina, Mauricio Macri.

Abaixo, o FL listou alguns pontos que foram discutidos no encontro:

1. Fim do Futebol para Todos

Fundada em 2009, e depois de sete anos e meio, a AFA resolveu rescindir com o programa estadual para a transmissão televisiva do futebol argentino. Com o apoio de 68 vereadores, o encerramento foi acertado com o governo. Desta forma,  dos 530 milhões  de pesos que inicialmente estavam acordado, apenas 350 milhões irão para os clubes. O resto vai para o AFA que irá utilizar a verba para pagar as transmissões até o final do torneio atual.

2. Direitos de transmissões

Outro ponto discutido na Assembléia, foi sobre o detentor dos direitos de transmissões do Campeonato Argentino. Os dirigentes confirmaram, que o novo proprietário dos direitos será definido já na próxima semana. Fox/Turner, ESPN e Mediapro são os três que apresentaram propostas.

3. Reforma estatutária

Com 68 votos a favor, a Assembléia Extraordinária aprovou o novo estatuto da AFA. Entre os pontos estão: a criação da Super League, a criação de organizações civis sem fins lucrativos além do surgimento de um Tribunal de Ética, entre outros.

4. Eleições na AFA

Na Assembleia realizada, ficou definido que no dia 29 de março haverá eleição para decidir quem será o novo presidente da AFA. Claudio ‘Chiqui’ Tapia é o único candidato que demonstrou interesse até agora. Outro nome, poderá ser o de Alejandro Maron, atualmente na Conmebol e ex-presidente do Lanus.

5. Idoneidade dos candidatos

No novo estatuto, a AFA alterou o artigo 87 e o poder de eleger os membros do Tribunal de Ética. Com isso, será possível determinar se o candidato escolhido para  assumir o comando da AFA é adequado e honesto para comandar a entidade. A ideia é dar este tipo de poder à Ordem dos Advogados.

Entretanto,  a Fifa não concorda com o artigo 87 e quer que a Conmebol cuide disso. No ponto 1) r) do artigo 5º do Estatuto da Conmebol (aprovada em 14 de Setembro, 2016),  destaca que as obrigações para associações membros são obrigados a “incluir nos seus estatutos a obrigação de realizar testes de aptidão para candidatos a presidente das associações. Tudo isso deve ser feito de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo Estatuto e Regulamentos de governança da FIFA.

6. SUPERLIGA

No novo estatuto também ficou definido a criação da Superliga, que será feita exclusivamente por equipes da Primeira Divisão.

Indefinição

É importante ressaltar que mesmo com as mudanças discutidas, muitas coisas no futebol argentino segue sem definição.

Isso porque, foi estabelecido para o dia 3 de Março a volta futebol na Argentina. Depois de várias reuniões, algumas delas na Casa Rosada, houve um acordo de todas as partes para a bola finalmente começa a rolar.

Mas o dinheiro que o Estado daria a AFA não apareceu. Os 350 milhões de pesos correspondentes a rescisão de contrato do programa FTP, seria usado para cobrir a dívida dos clubes. E por esta razão, ficou definido que o futebol não será iniciado até que os jogadores recebam. Para piorar a situação, a deputada Graciela Ocaña questiona o valor e tenta acabar com a negociação.

“Eu apresentei uma liminar perante o juiz Servini. Esse dinheiro não deve ser dado para os grandes clubes, porque esse dinheiro é do povo”, disse ela em declarações à Rádio La Red.

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