O sonho de ir a Olimpíada de Paris ainda existe para a Seleção Brasileira. Enfrentando a anfitriã Venezuela, na segunda rodada do quadrangular final, o Brasil passou longe de jogar bem. Mesmo assim, arrancou uma vitória por 2 a 1 que a coloca na vice-liderança do Pré-Olímpico, com três unidades. Já os venezuelanos, mesmo na lanterna, com um ponto, ainda tem chances matemáticas na última rodada.
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Bastaram três minutos de bola rolando para o Brasil levar enorme perigo a meta adversária em excelente troca de bola no ataque. Foi desse jeito que ela chegou em boas condições para John Kennedy bater em gol e até superar o goleiro Samuel Rodríguez. Porém, antes da pelota estufar as redes, o zagueiro Carlos Vivas cortou de maneira salvadora com a cabeça, na pequena área.
Depois dessa chegada aguda, em caráter gradual, a Venezuela foi organizando suas linhas e começou a dificultar o trabalho de criação dos comandados de Ramon Menezes. Em paralelo, quando tinha a retomada da posse, buscava transições rápidas para se aproveitar da desorganização brasileira para se recompôr. Foi nesse momento, aliás, que os venezuelanos assustaram na batida de fora da área de Telasco Segovia, forçando o trabalho do goleiro Mycael.
Cada um a sua maneira, fato é que os momentos de maior periculosidade em jogadas de ataque acabaram vindo nas investidas pelo alto dos anfitriões. Tendo considerável dificuldade, a zaga do Brasil buscava atrapalhar ao máximo Kevin Kelsy, figura de maior estatura e porte físico do ataque adversário. Assim, a etapa inicial em Caracas terminou sem gols, deixando tudo para ser definido na segunda parte.
Saíram os gols
O retorno dos times apresentou cenário bem semelhante ao que vinha se desenrolando. Sendo que, logo com seis minutos, um cruzamento que ficou vivo dentro da área, Kelsy tocou por baixo do goleiro Mycael e só parou em um incrível corte do zagueiro Arthur Chaves. Corte esse que, literamente, ocorreu em cima da linha. Todavia, apesar de todos os problemas brasileiros, em um lance que soava despretensioso, o cruzamento que atravessou a área foi cabeceado pro meio por Endrick. Depois do chute bloqueado de Gabriel Pec, a bola sobrou limpa para Mauricio que encheu o pé e estufou as redes da meta de Samuel Rodríguez. 1 a 0 aos 12 minutos.
O confronto do Pré-Olímpico no Brígido Iriarte parecia relativamente sob controle da Seleção Brasileira, já que a equipe da casa pouco produzia para assustar a meta do Brasil. Porém, do mesmo jeito que a Amarelinha marcou sem indicar que o faria, um cruzamento muito bem dominado por Jovanny Bolívar dentro da área tirou Arthur Chaves do lance. Desse modo, o camisa 11 teve espaço onde, de esquerda, bateu forte, alto, para superar Mycael. Tudo igual com 22 minutos de duelo na etapa complementar.
Logo depois, o que se viu foi uma sequência de lances onde a Venezuela ameaçou de maneira real com a virada no marcador. Primeiro, com uma verdadeira pancada de fora da área onde Segovia carimbou o travessão. Depois, em linda jogada de contra-ataque onde Matías Lacava cortou para a esquerda e chegou a marcar um lindo gol. Entretanto, mediante revisão do Árbitro de Vídeo (VAR), foi apontado impedimento de nome que se abaixou após batida de Lacava e teria atrapalhado o goleiro Mycael.
A partida se encaminhava para um agoniante fim igualado quando um lapso de genialidade de Endrick foi determinante para o triunfo da Seleção. Aos 42, o avante palmeirense encontra excelente passe em velocidade onde Guilherme Biro, saindo cara a cara com Rodríguez, bateu por baixo do goleiro da Venezuela e marcou o tento decisivo.