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Retrô FL: Como foi o ano de 2015 para as seleções latinas

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Foto: Arte Futebol Latino

A temporada do ponto de vista das seleções latinas tiveram dois eventos de extrema importância não só para determinar o poderio interno de cada uma delas (Copa América), mas também para determinar os rumos delas para bem adiante, mais precisamente para 2018 (Eliminatórias para a Copa do Mundo).

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E, dentre esses dois momentos fundamentais, os amistosos realizados por cada integrante desse seleto grupo também tiveram sua parcela de contribuição para estabelecer uma espécie de “saldo”.

Saldo esse que, a partir de agora, o Futebol Latino trará para você se foi positivo, negativo ou neutro.

Argentina: Saldo Neutro

A transição de Alejandro Sabella para Gerardo Martino se deu, é bem verdade, ainda em 2014, mas apenas em 2015 o mesmo teve seus maiores desafios. E, apesar de conduzir com muita segurança e mantendo o aguerrido estilo do antecessor com o toque de genialidade do poderio ofensivo rumo a final, mais uma vez o peso da decisão se abateu sobre essa geração no revés sofrido para os chilenos na decisão da Copa América.

Nas Eliminatórias, um começo terrível em dois dos quatro primeiros jogos assustaram a praticamente todos que acompanham de perto (ou mesmo de longe) o futebol, tendo o alento de, no empate contra o Brasil e na difícil vitória contra a Colômbia, a equipe de Tata Martino conseguir recuperar seu bom desempenho e a esperança de ser mais constante em 2016.

Bolívia: Saldo Negativo

A estadia promissora de Marcelo Soria no comando técnico do selecionado boliviano parecia ser longa já que, mesmo totalmente desacreditada, a La Verde obteve uma heroica qualificação na primeira fase da Copa América em um grupo que contava com o sempre perigoso Equador e um promissor “mistão” do México.

Nem mesmo a eliminação precoce para o Peru com o ainda muito inspirado Paolo Guerrero poderia abalar a boa participação da Bolívia mas, na sequência, os problemas administrativos com o escândalo na FBF acabaram forçando não somente a saída de Soria, mas também a chegada de Julio César Baldivieso e os problemas de relacionamento com duas das principais figuras do futebol no país: O zagueiro Ronald Raldes e o atacante Marcelo Moreno.

Além da acachapante derrota em amistoso para a Argentina por 7 a 0, a falta de evolução no estilo de jogo desde que Baldivieso assumiu o cargo deixa a todos muito preocupados, algo que reflete na péssima campanha de três derrotas e uma vitória nos quatro compromissos das Eliminatórias.

Brasil: Saldo Negativo

Tendo toda a pressão de estar longe de ser uma unanimidade como técnico da Amarelinha, Dunga não conseguiu demonstrar ainda a que veio.

Os resultados em amistosos pouco deram alento se comparados a decepção da apatia na Copa América, com uma classificação a duras penas na fase de grupos e uma eliminação para o Paraguai em uma partida que estava totalmente a favor do Brasil antes do infantil pênalti cometido por Thiago Silva.

Nas Eliminatórias, irregularidade total e apenas vitórias contra seleções onde, teoricamente, vencer era a obrigação. A derrota em total dominação adversária para o Chile e o lampejo do gol salvador no milagroso empate contra a Argentina sem Messi e Dí Maria preocuparam e ainda preocupam para o futuro próximo.

Chile: Saldo Positivo

Um selecionado que, desde Marcelo Bielsa, apostava na ultraofensividade e que, com Jorge Sampaoli, encontrou o equilíbrio perfeito para consagrar sua história que ainda carecia de uma grande conquista.

E ela veio no melhor dos cenários, diante de sua torcida, em uma Copa América de muita emoção na vitória sobre a Argentina com direito a cavadinha de Alexis Sánchez para sacramentar o feito.

As Eliminatórias só não tiveram um início perfeito em função da derrota frente aos uruguaios por 3 a 0 no Centenário, porém nada que consiga manchar o inesquecível 2015. Resta saber se, para 2016, Sampaoli permanecerá no posto e dará continuidade ao seu legado.

Colômbia: Saldo Negativo

Os comandados de José Pékerman tinham expectativas muito maiores do que seus modestos feitos do ano de 2015. Mesmo contando com uma brilhante geração que fez bonito na Copa do Mundo do ano passado em terras brasileiras, a atual temporada reservou glórias bem mais escassas.

Já nos amistosos, a equipe cafetera demonstrava a inconstância que regrou seu ano, resultando numa eliminação ainda na primeira fase da Copa América e no nada aceitável sétimo lugar das Eliminatórias.

Equador: Saldo Positivo

Após os chilenos, quem teve mais a comemorar nessa temporada que passou dentre as seleções latinas foi a equipe equatoriana do conhecedor tático Gustavo Quinteros, que começou seu trabalho não sendo bem uma das opções preferidas da Federação Equatoriana de Futebol (FEF).

Com a chegada para apagar o incêndio deixado por Reinaldo Rueda em uma Copa do Mundo pífia feita pela La Tri, Quinteros teve dificuldade para se acertar e acabou eliminado na primeira fase da Copa América. Mas seria justamente a partir desse fracasso que o jogo ia virar.

Com um arrasador início de Eliminatórias, vencendo a Argentina em pleno Monumental de Nuñez e a forte seleção uruguaia em Quito além de cumprir seu papel contra Bolívia e Venezuela, o Equador dá uma impressão muito boa ao seu torcedor, que quer seguir no máximo de tempo possível com essa invencibilidade e a liderança da competição.

Estados Unidos: Saldo Negativo

Uma grande confusão se instalou e parece que simplesmente não quer sair da seleção norte-americana de futebol. Da mesma forma que o fenômeno da Copa do Mundo trouxe de vez o olhar para o “soccer” no país tanto para o US Team como para a Major League Soccer, a pressão por melhores desempenhos dos comandados de Jurgen Klinsmann vem na mesma proporção.

A eliminação na Copa Ouro para a Jamaica, a perda de título da Copa Concacaf para o México além da acachapante e até surpreendente goleada sofrida para o Brasil em amistoso decepcionaram não só pelos revéses em si, mas pela falta de criatividade e renovação da equipe.

A goleada “normal” aplicada na fraca seleção de São Vicente e Granadinas e o mero empate contra Trinidad e Tobago não alteraram muito o panorama de Klinsmann que, se não melhorar, pode fatalmente deixar o alemão sem emprego para 2016.

México: Saldo Neutro

Mesmo com os problemas que tiraram Miguel Herrera do selecionado mexicano, a transição do interino Ricardo Ferretti para Juan Carlos Osório foi relativamente tranquila no sentido de resultados e até mesmo desempenho.

Contra equipes mais fracas, apesar da polêmica qualificação a final da Copa Ouro contra o Panamá, a Tri cumpriu seu papel e venceu o título do torneio, além de faturar na prorrogação a Copa Concacaf diante de uma caótica seleção dos Estados Unidos.

Na Copa América, fez uma honrosa participação contando com uma safra interessante de garotos e, nas Eliminatórias, já são duas vitórias em dois jogos.

Porém, no seu maior teste de 2015, ficou a frustração de, em duas falhas nos minutos finais, o primeiro tempo dos sonhos no amistoso contra uma Argentina completa ter colocado um importante 2 a 0 de vantagem no contexto final de um decepcionante empate em 2 a 2.

Paraguai: Saldo Positivo

De uma seleção que saiu da vexatória última posição nas Eliminatórias para a Copa do Mundo no Brasil a uma excelente participação na Copa América (mesmo com a goleada sofrida de 6 a 1 para a Argentina na semifinal) e a consistência nas Eliminatórias que lhe deram o até então quarto lugar na tabela de classificação.

O trabalho do argentino Ramón Díaz pode ser fundamentalmente classificado dessa maneira e trouxe finalmente muito orgulho e esperança para a equipe guaraní. Em 2016, salvo uma repentina mudança, ele deve permanecer a frente dos paraguaios e precisa apenas dar mais consistência a ofensividade do seu time para alçar voos maiores.

Peru: Saldo Neutro

A chegada de Ricardo Gareca trouxe um equilíbrio que, logo no seu primeiro maior desafio (Copa América), foi beneficiado pela fase dourada que vivia o atacante Paolo Guerrero, além da entrega tática de seus atletas. A eliminação acabou vindo para o campeão Chile, nada anormal quando visto o alto desempenho de 2015 dos chilenos.

Entretanto, nas Eliminatórias a equipe inca não se achou e, para piorar, pegou uma sequência árdua de Colômbia (em Barranquilla), Chile (em Lima) e, por mais que a fase não seja boa, o Brasil (em Salvador), duelos que resultaram em três derrotas.

O peso tem sido grande desses revéses, já que jogaram o selecionado peruano para o penúltimo lugar do torneio.

Uruguai: Saldo Positivo

Mesmo apostando muito mais na tradicional charrua uruguaia do que na condição técnica com a ausência de sua estrela maior, Luis Suárez, a temporada acaba mais com sorrisos do que com lamentações para os jogadores de Óscar Tabárez.

Em um jogo complicado e de muita catimba, a celeste ainda conteve o Chile nas quartas de final da Copa América e resistiram com bravura ímpar até onde puderam, sendo castigados com as duas expulsões (Cavani e Fucile) e o gol de Isla, que selaram a eliminação.

Porém, nas Eliminatórias, a força da mística do Centenário em Montevidéu (duas goleadas por 3 a 0 com gosto de vingança diante de Colômbia e Chile) e a vice-liderança da competição trazem um propício cenário para o retorno de Luisito, que se dará justamente diante do Brasil.

Venezuela: Saldo Negativo

A evolução que aconteceu nos últimos anos para o futebol venezuelano acabou dando lugar a uma extrema “involução” em absolutamente todos os aspectos dentro e fora de campo.

Resultados ruins tanto na Copa América como nas Eliminatórias (salvo a vitória contra a Colômbia na estreia da Copa América) sob o comando de Noel Sanvicente, desorganização administrativa, discordância ideológica entre atletas e cartolas, falta de pagamentos dos patrocinadores… um cenário de terra arrasada paira pelo esporte em questão na Venezuela e, a princípio, não aparenta sinais de melhora.

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